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'Basquete profissional do Flamengo é autossustentável', afirma Marcelo Vido

Em entrevista exclusiva, diretor executivo de esportes Olímpicos fala sobre os 100 anos da existência da modalidade no clube

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O basquete do Flamengo comemora 100 anos de existência em 2019. O passado é vitorioso, assim como o presente e, muito provavelmente, o futuro. Em entrevista exclusiva ao blog, Marcelo Vido, diretor executivo de esportes olímpicos do clube, fala sobre o centenário da modalidade na Gávea e, claro, sobre o atual time, que tem tudo para continuar conquistando títulos.

O basquete completa 100 anos no Flamengo em 2019. Qual o segredo da longevidade? Assim como no remo e no futebol, o basquete começou com um grupo de associados apaixonados pelo esporte da bola laranja. Então a paixão é o segredo da longevidade. Naturalmente, para chegar aos dias de hoje uma maior profissionalização foi necessária. Outro ponto muito importante para a continuidade não só do basquete, mas de qualquer esporte, é o investimento na formação dos atletas na base que farão parte da equipe profissional um dia. Sem essa renovação o basquete talvez não se tornasse tão constante no Flamengo. Outro projeto importantíssimo para a longevidade do basquetebol rubro-negro é a Escola de Esportes, que é a iniciação dos meninos na modalidade. Enfim, é uma paixão, sempre com equilíbrio com o programa e planejamento.

Marcelo Vido (dir.), diretor executivo de esportes olímpicos do Flamengo. Foto: Marcelo Cortez/Flamengo

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Como se manter em evidência por tantos anos? O basquete do Flamengo é um programa vencedor historicamente. Desde o século passado conquista diversos títulos, com representatividade no cenário internacional, inclusive, enviando atletas para a seleção brasileira da modalidade em mundiais, olimpíadas e pan-americanos. Buscamos cada vez mais manter esses bons resultados, sempre com responsabilidade e excelência. Continuamos a fornecer atletas para a seleção nacional e, no âmbito de clubes, temos uma presença internacional muito forte, participando dos principais torneios, conquistando títulos e dando continuidade a essa história vencedora. A marca Flamengo é muito forte, e isso ainda atrai bons atletas e profissionais multidisciplinares. Tudo isso aliado à paixão pelas cores vermelho e preto, como disse anteriormente, fazem com que qualquer modalidade rubro-negra esteja em evidência por onde passe. Com o basquete não é diferente.

Como construiu essa identidade vencedora? Certamente através de várias gerações de abnegados pelo basquete rubro-negro que sempre prestigiaram a modalidade. Tivemos, ao longo dos anos, alguns dos maiores nomes do país vestindo o 'Manto Sagrado', como Algodão, Kanela, Alfredo Motta, Pedrinho, Almir, Tocantins, Oscar Schmidt, Marcelinho Machado, dentre muitos outros. No feminino, o Flamengo protagonizou momentos inesquecíveis também através das jogadas de Angelina, Delci, Marlene, Norminha... Todos que entram em quadra pelo Flamengo carregam a mesma filosofia de vencer todas as competições. Acho que essa atmosfera faz o Flamengo normalmente ser um dos favoritos aos títulos que concorre. O DNA rubro-negro é muito forte e envolve toda uma comunidade que, goste de basquete ou não, vai estar ali para apoiar o time. Penso, no entanto, que nos tempos de hoje não basta ter apenas bons atletas. Temos de investir no projeto de forma mais abrangente. O basquete do Flamengo conta com o apoio do CUIDAR, com nossos avanços na ciência, tecnologia, metodologia, planejamento, e a constante busca pela excelência, sempre tentando melhorar todos os nossos processos. Toda essa equipe multidisciplinar dá total suporte à nossa comissão técnica.

Oscar Schmidt defendeu o Flamengo por quatro temporadas antes de se aposentar. Foto: Sergio Moraes/Reuters

O clube pretende realizar alguma homenagem aos grandes jogadores que passaram pelo clube? O clube pretende fazer uma série de ativações relacionadas ao centenário do basquete rubro-negro nesta temporada. Nem todas estão ainda definidas, mas posso adiantar que serão diversas maneiras de resgatar essa história tão bonita e vitoriosa. O pontapé inicial desse projeto foi o lançamento do patch comemorativo, que já está em todas as nossas camisas do time adulto desde os amistosos que fizemos no Uruguai na pré-temporada. Usaremos o patch até o final da nossa participação no NBB 2019/20. Além disso, no nosso evento de apresentação oficial do time adulto para a temporada, alguns nomes foram relembrados e homenageados. No próximo dia 28 o Patrimônio Histórico do clube lançará o projeto Resenha Rubro-Negra, especial 100 anos de basquete, onde reunirão numa roda de conversa Pedrinho, Beegu, Almir, José Neto, Paulo Chupeta e Regina Machado para relembrar alguns desses grandes momentos do clube. Neste mesmo momento haverá uma exposição com fotos históricas, troféus e uniformes antigos. A Comunicação do clube, além do patch, também está fazendo, toda quinta-feira, uma série de #tbt nos canais do Time Flamengo nas redes sociais, com posts recontando esse centenário. Enfim, serão feitas inúmeras ações durante a temporada.

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Falando da atualidade, como é dividido o orçamento para o basquete? O basquete profissional é autossustentável com as receitas de patrocínio direto, incentivado, receita de bilheteria e outras receitas provenientes do próprio negócio.

NOTA DO BLOG: O investimento beira os R$ 10 milhões por temporada

O sucesso atualmente está ligado inevitavelmente ao investimento? Temos um investimento responsável e sempre trabalhamos com austeridade. Não acredito que somente com o investimento teríamos sucesso. Hoje temos grandes profissionais comprometidos e engajados com a história de sucesso do basquete.

Qual o balanço que você faz dos últimos anos e o que acha que precisa melhorar ainda? Um ciclo vitorioso nos últimos 11 anos. Das 11 edições do NBB, chegamos em todas entre os quatro primeiros na fase de classificação, fizemos 10 semifinais e sete finais, com a conquista de seis títulos. Somos o maior vencedor do NBB. Além disso, conquistamos o Super 8, fomos campeões Sul-Americanos, campeões da Liga das Américas, campeões do Mundial em 2014 e conquistamos o tetradecacampeonato seguido do Campeonato Estadual. Vale ressaltar ainda que fomos campeões em duas edições da LDB, principal competição de base do país promovida pela LNB. Precisamos melhorar nossa infraestrutura de treinamentos para atender todas as categorias, incluindo a iniciação esportiva na Escola de Esportes. E sempre procurando, através da ciência e tecnologia, buscar melhor performance, respeitando a saúde dos nossos atletas da base ao profissional. Não podemos deixar de falar na formação educacional dos nossos atletas. Temos instituições parceiras que proporcionam bolsas de estudos do ensino fundamental à universidade.

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Em qual momento você entendeu que era o momento de mudança, trocando o José Neto, muito vencedor pelo clube, pelo Gustavo De Conti? Sempre é uma decisão difícil a mudança de um técnico multivencedor pelo Flamengo, que foi o caso do Neto. Mas também acredito em ciclos dentro das nossas áreas de atuação. Muitas vezes essas mudanças podem ser boas para os dois lados. Hoje torço muito pelo sucesso no Neto na seleção brasileira feminina e estamos muito satisfeitos com o trabalho do Gustavo, que dos cinco campeonatos que comandou na temporada passada (Estadual, Super 8, NBB, Sul-americana e Intercontinental), venceu três (Estadual, Super 8 e NBB) e terminou com o vice-campeonato mundial.

É importante ter jogadores com identificação, como Olivinha e Marquinhos? Sempre buscamos equilibrar nossas equipes adultas com atletas experientes e identificados com a torcida, com atletas no auge da forma física e técnica, além dos jovens que querem muito tornar-se protagonistas da equipe. A história do Olivinha e Marquinhos com o CRF é maravilhosa é ficará sempre na lembrança de todos. Mas, como eles, queremos mais títulos.

Acha importante um ginásio só do Flamengo para o basquete jogar? Sim, sem dúvida termos a nossa casa em definitivo é um dos sonhos que estamos planejando no futuro.

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