O que se viu em quadra na vitória por 93 a 82 foi uma equipe mais organizada defensivamente e jogando com um pouco mais de inteligência no ataque, sem forçar tantas bolas como nos dois primeiros jogos. A equipe também foi mais aguerrida em momentos importantes, evitando que o adversário entrasse na partida, principalmente no último quarto.
Só que não foi apenas o nível (muito melhor) que o Pinheiros mostrou que chamou a atenção. A TV mostrou uma áspera discussão entre Shamell, estrela do time, e o técnico Cláudio Mortari.
O norte-americano, que cobrou alguns companheiros até com certo exagero por não receber a bola em determinadas jogadas de ataque (Paulinho sabe muito bem disso!), não ficou satisfeito por ter sido substituído perto do fim da partida.
Shamell ameaçou ir direto para o vestiário após o jogo sem olhar para ninguém, mas, no meio do caminho, voltou e participou da reunião com os outros jogadores para celebrar o resultado, bem próximo de Mortari, que apenas olhou para o jogador.
Os dois foram advertidos pelo incidente pela direção do Pinheiros e se entenderam ainda nos vestiários do ginásio Henrique Villaboim.
Eu vejo esta discussão como algo natural, principalmente pelo momento da equipe. Coisa de jogo, cabeça quente. Campeão da Liga das Américas, o Pinheiros ainda está ameaçado de uma eliminação prematura no NBB - precisa vencer os dois jogos contra Limeira (quarta e sexta-feiras).
Os jogadores estão no limite. É difícil administrar um grupo que está nesta situação, ainda mais se o histórico já não for tão favorável. Para completar, os atletas estão juntos há muito tempo, jogando uma partida atrás da outra, o que, claro, pode gerar atrito e formação de subgrupos.
O Pinheiros tem basquete para conquistar o título nacional, mas, para isso, terá de resolver seus conflitos internos. Todos precisam remar para o mesmo lado.