Marcius Azevedo
29 de abril de 2020 | 07h00
Um documento interno do Pinheiros, assinado pelo presidente Ivan Castaldi Filho e que o blog teve acesso após uma diretora responsável pela ouvidora colocar em diversas redes sociais e grupos de WhatsApp, colocou mais uma interrogação no processo de dispensa de nove jogadores da equipe profissional do clube.
No dia 24 de abril, o presidente do conselho deliberativo, Célio Cássio dos Santos, recebeu um ofício que fornece explicações sobre o ocorrido e pede que o mesmo seja enviado aos conselheiros do Pinheiros. Ivan Castaldi Filho explica que tal atitude foi motivada pela pandemia do novo coronavírus, que gerou incertezas sobre o NBB. A competição foi paralisada no dia 15 de março e uma decisão final será conhecida em 4 de maio.
Pinheiros contra Brasília, no último jogo pelo NBB antes da paralisação. Foto: Ricardo Bufolin/Pinheiros
O presidente do Pinheiros afirma ainda que ‘o processo foi tratado com máxima transparência’ e pontua que os membros da comissão técnica, capitaneada por César Guidetti, participaram dele e foram os responsáveis por manter os jogadores e seus respectivos agentes informados. Ele ainda diz que o telegrama recebido pelos jogadores no dia 14 de abril, e publicado com exclusividade pelo blog, foi apenas uma formalidade.
O blog, no entanto, ouviu outra versão de um agente. Segundo ele, o rumo da conversa entre jogadores, comissão técnica e clube era outro, três dias antes da correspondência ser entregue aos atletas, informando da dispensa.
A negociação era para encontrar uma solução para prorrogar os vínculos em caso de retorno do NBB e que os atletas foram surpreendidos pelo documento. “O Pinheiros tem o direito de não renovar. Mas não foi correto no processo”, afirmou o agente.
A mesma explicação foi fornecida pelos atletas ao serem questionados pelo blog no dia do recebimento da carta desde que o nome não fosse publicado.
Jogadores do clube estiveram no Pinheiros nesta quarta-feira. Foto: Reprodução/Twitter
O blog questionou o Pinheiros sobre o documento e recebeu uma resposta após o post ser publicado. O clube informou que ‘agiu com máxima ética, informando à comissão técnica e, simultaneamente, enviando a carta aos jogadores apenas para formalizar o processo’. Ele também ‘asseguraram que todos os direitos foram totalmente quitados com os atletas diante da incerteza da continuidade do NBB’
O diretor de área de esportes olímpicos e formação, Fabio Ferraro, que tem participado das reuniões da Liga Nacional de Basquete, também foi procurado pelo blog, mas não respondeu nenhuma das mensagens enviadas pelo aplicativo WhatsApp.
Nesta quarta-feira, os jogadores foram até o Pinheiros, realizaram o exame demissional, acertaram algumas pendências e assinaram o documento de rescisão. A baixa na carteira digital (desligamento do empregado da empresa) já foi realizada no dia 14 de abril, data da carta enviada pelo clube. O valor referente ao contrato CLT foi depositado na última sexta.
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