Sem quatro jogadoras que vão estar no grupo de 12 para o Mundial da Turquia, o Brasil conquistou o Campeonato Sul-Americano no Equador nesta segunda-feira, com uma vitória diante da Argentina. Ser campeão, claro, é importante sempre, até porque, em caso de derrota, é comum avaliar mais o resultado do que o desempenho da equipe no geral.
A competição não teve um bom nível técnico, mas serviu para o treinador Luiz Augusto Zanon dar continuidade ao excelente (e extremamente árduo) trabalho de renovação da seleção feminina. As jogadoras, aos poucos, vão adquirindo maturidade e bagagem para suportar jogos com uma maior carga emocional e, claro, enfrentar adversárias melhores.
Clarissa, pivô de Americana, se consolidou como o futuro do garrafão brasileiro. A jogadora de 26 anos se destacou no Sul-Americano - fez 11 pontos, amealhou 18 rebotes e recuperou quatro bolas apenas na final diante da Argentina -, sendo eleita a melhor da competição.
Ao lado de Érika Nádia e Damiris, que atuam na WNBA, liga profissional dos Estados Unidos, e não participaram do torneio no Equador, Clarissa será importante na rotação de Zanon para suportar o grau de exigência das equipes que o Brasil terá pela frente na Turquia.
A armação será da veterana Adrianinha. O Sul-Americano, no entanto, serviu para comprovar que, enfim, ela pode ter duas reservas em condições de ajudá-la quando os sinais de desgaste pintarem em quadra. Tainá e Débora, ambas com 22 anos, ainda erram bastante, mas estão evoluindo assustadoramente. As duas serão muito úteis no Mundial.
Por fim, Zanon pode ficar satisfeito com o desempenho das alas. Tatiane e Patrícia, ambas com 23 anos, estão cada vez mais confiantes, sem medo de arriscar e com uma consciência técnica que promete ser importante em jogos de nível elevado.
Até o Mundial da Turquia, que começa no dia 27 de setembro, o Brasil vai disputar alguns amistosos contra equipes fortes que vão servir para comprovar o que foi observado no Sul-Americano.
O Brasil não entra como candidato ao pódio, mas o processo de renovação está sendo importante para que o país possa ter um bom desempenho em casa, na Olimpíada do Rio. O trabalho (muito bom, diga-se) de Zanon, desde o início, foi direcionado aos Jogos de 2016.