Decisão! Eis uma palavra que o Sport Club Corinthians Paulista acostumou-se a verbalizar em sua história centenária. E toda vez que o Timão pronunciou o substantivo, para a alegria de sua imensa torcida, o Alvinegro acabou se saindo bem. Muito bem!
Mas a primeira semana de fevereiro de 2015 promete colocar à prova a fama de vitorioso do Corinthians. Além da primeira partida da Pré-Libertadores, frente os colombianos do Once Caldas, o Timão ainda terá pela frente as eleições presidenciais de sábado. E como se não bastasse, no domingo, o Alvinegro precisará de uma dose extra de calma e fôlego, porque o adversário será o seu principal rival no Estado de São Paulo, o Palmeiras.
Uma semana das mais indigestas e que colocará no olho do furacão até mesmo o trabalho recém-iniciado de Tite à frente do Corinthians. Sim, porque a combinação de um revés em casa diante dos colombianos, uma vitória da oposição e uma derrota para o Palmeiras poderá despertar velhos questionamentos e aguçar o ímpeto dos calados descontentes. E em qualquer clube, eles sempre existem!
O Corinthians foi, é e sempre será um clube movido a paixões. Portanto, ânimos acirrados, críticas vorazes e polêmicas não são exatamente uma novidade. Na verdade, o que é sempre novo em folha são os desdobramentos no Timão. E desdobramentos sempre em progressão geométrica.
Dos três eventos, não resta dúvida em dizer que as eleições são o mais importante. Primeiro, porque definirá os rumos do clube para os próximos três anos, o que afeta diretamente o futuro do futebol brasileiro. O Corinthians, hoje, é uma peça das mais importantes no tabuleiro político desse esporte no País. E qualquer mudança ali reflete no geral.
Só que as arquibancadas costumam ser imediatistas. E claro que uma eliminação para o Once Caldas - o segundo jogo está marcado para 11 de fevereiro - traria alguma instabilidade ao trabalho que Tite deu início. Um absurdo! Mas um absurdo passível de virar realidade.
O torcedor, contudo, deveria ser mais paciente com o time em caso de tropeços e prestar mais atenção nas eleições de sábado, porque ali vai ficar claro como o Timão resolverá a sua dívida que hoje é de R$ 270 milhões. Tudo bem, tudo bem que a capacidade de gerar dinheiro do Corinthians é enorme, mas é preciso dizer que essa capacidade ficou menor, bem menor.
A capacidade ficou menor, mas não por culpa do Corinthians, é bom que se diga. Os investimentos no futebol brasileiro decaíram, porque a situação econômica do País deu uma degringolada. É um fato!
Ao próximo mandatário alvinegro, portanto, caberá lançar um olhar inteligente, uma boa dose de paciência e sangue frio para contornar tempos difíceis sem que a arquibancada se levante e grite: "ôôô, queremos jogador...".
Um cenário difícil de ser concretizado, é verdade, ainda que remotamente possível. Difícil porque o Corinthians de 2015 tem capacidade para evitar esse cenário. Capacidade técnica dentro de campo e tática fora dele.
Mas para que os frutos dessa combinação possam emergir, o próximo presidente precisará ser hábil, principalmente na hora de se comunicar. Tão hábil quanto o próprio Corinthians tem sido na hora de lançar mão da palavra "desafio".