Foto do(a) blog

Tabelinha entre tática, opinião e informação

Cristiano Ronaldo, o mito de Portugal

Com desempenho acima da média por anos, a discussão não deveria ser mais se Cristiano Ronaldo é ou não craque, mas sim quando entrará definitivamente no rol dos mitos do futebol.

PUBLICIDADE

Por Maurício Capela
Atualização:

Eis uma típica relação de amor e ódio. Aos adeptos, torcedores em bom português de Portugal, não resta dúvidas: é puro amor! Aos demais, fala mais alto a mistura de sentimentos. E assim sempre foi e há boa chance de assim continuar...

PUBLICIDADE

Cristiano Ronaldo desperta, com a mesma velocidade e intensidade de seu espetacular jogo, uma pluralidade de sentimentos junto aos que gostam pouco ou muito de futebol mundo afora.

Hoje, a resistência em adjetivar Cristiano Ronaldo como o melhor do mundo já não é tão grande, mas houve tempos em que foi enorme. Então, coloquemos sujeito, verbo e predicado na ordem direta: Cristiano Ronaldo é o melhor jogador de futebol do mundo atualmente!

Talvez a resistência ao desempenho do craque português resida justamente na facilidade com que ele transforma sua excepcional qualidade técnica em gols, títulos e recordes. Talvez também nessa resistência exista lá uma ponta de inveja em relação ao trinômio "rico, bonito e famoso".

O ponto central é que Cristiano Ronaldo é craque, porque usa e abusa de sua extraordinária condição física na hora de jogar futebol. Arranca como poucos em direção à meta adversária, tem excelente colocação de área, cabeceia de maneira precisa, chuta bem tanto com o pé esquerdo, como com o pé direito e é decisivo.

Publicidade

Certamente, quem torce o nariz para Cristiano Ronaldo aponta o dedo em direção ao seu desempenho na "selecção" de Portugal. Não resta dúvidas de que o dono da "camisola" de número 7 do Real Madrid precisa produzir ainda mais na hora em que defende seu país. É fato! Mas também não resta qualquer dúvida que a atual safra portuguesa não saiu dos melhores barris de carvalho das vinícolas do Alentejo, o que lhe dá trabalho adicional.

Há ainda quem seja adepto da teoria de que falta a Cristiano Ronaldo a magia do futebol. E esse é um ponto que guarda lá alguma conexão com a realidade.

Cristiano Ronaldo, de fato, não dribla como, por exemplo, os craques brasileiros Garrincha ou Zico. A plástica de muitos de seus gols beira a perfeição técnica, mas não traz, talvez, a "pincelada refinada" de um Romário.

Só que nesse caso há uma questão na origem, uma vez que tal argumento passa justamente pela definição quase pessoal e intransferível do que é bonito ou feio. Afinal, o que é lindo para o "João" talvez seja horripilante para a "Gisele" e por aí se vai...

Mesmo colocando o pingo em cada "i" e pesando cada um dos pontos de vista, não há como negar o óbvio que embute qualquer fato: os números.

Publicidade

Se fosse limitado tecnicamente, Cristiano Ronaldo não teria até o momento a média fantástica de mais de 1,7 gol por jogo com a "camisola" madrilenha. Também se não tivesse o preparo físico que possui e não soubesse utilizá-lo em prol do seu jogo, fatalmente não teria assinalado metade de seus "golos" nos quinze minutos finais das partidas em que atua, quando geralmente os atletas já olham para o céu à espera do apito final.

O fato é que se combinarmos tudo isso já estaria obsoleta a discussão se Cristiano Ronaldo é ou não craque de futebol. O debate que talvez se apresente, é se o craque português já é um mito do "Planeta Bola".

Sim, o ponto de interrogação é esse mesmo: se "já é", uma vez que é inevitável que o "gajo" da Ilha da Madeira se transforme em um mito do futebol cedo ou tarde.

Cristiano Ronaldo, muito provavelmente, será lembrado como um dos mais completos atacantes que o mundo da bola já viu, independentemente do amor que produza ou do ódio que desperte. Eis a sina do CR7!

P.S.:Caros amigos, eis a minha última coluna de 2014. E, além de retribuir em múltiplas vezes o carinho recebido nesses últimos meses de convívio, também quero desejar a cada um de vocês um excepcional 2015, repleto de realizações! Voltarei a escrever nesse espaço no dia 12 de janeiro de 2015. Muito obrigado pela companhia e até janeiro!

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.