Às portas da primeira partida da final, Santos e Palmeiras ainda não deram o pontapé inicial no duelo fora das quatro linhas. Por ora, o tom de ironia está sentado no banco de reservas e quem bate bola no gramado é o discurso respeitoso.
Mas a ausência do clima das palavras repletas de segundas intenções não deveria levar ao simplório raciocínio de que não há rivalidade ou mesmo de que não há tensão no ar. Porque há!
Dentro de campo, o Santos tem um ligeiro favoritismo. Conta com um elenco mais entrosado, ainda que tenha feito contratações para a temporada deste ano e já tenha trocado de treinador em quatro meses de trabalho.
O Palmeiras, por outro lado, mantém intacta sua filosofia de usar três meias e mais um jogador de referência desde que Oswaldo de Oliveira desembarcou no clube. E mesmo tendo contratado 19 jogadores, o entrosamento só aumenta a cada partida, ainda que não esteja no ponto ideal.
É justamente por essa ligeira diferença, pela prática da palavra "entrosamento" dentro de campo, é que o Santos está nesse degrau superior. E quem é o responsável? Melhor... Quem são os responsáveis? Com a palavra, Robinho e Ricardo Oliveira.
Quanto a Robinho, poucas surpresas. O jogador se ambienta ao Santos com a mesma facilidade que o cravo à chuteira.
Já no que diz respeito a Ricardo Oliveira, chama a atenção a maneira pela qual o jogador confirmou sua condição física. Tudo foi muito rápido! E em condições, logo, sua técnica deu vazão aos seus 10 gols no Paulista, o que já praticamente lhe assegura a condição de artilheiro da competição, uma vez que Rafael Marques, do Palmeiras, possui 6 gols no campeonato deste ano.
Portanto, se o Palmeiras deseja jogar para escanteio esse leve favoritismo santista, será preciso anular o entendimento entre Ricardo Oliveira e Robinho, além das movimentações de Lucas Lima. Eis a chave para abrir o cadeado do portão que reservou a palavra "favoritismo" ao alvinegros.