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Um blog de futebol-arte

Adeus, Capita

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Por Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

 

A implacável internet trouxe a notícia inesperada e indesejada: morreu Carlos Alberto Torres, grande ídolo do Santos e do Fluminense, capitão do tricampeonato mundial, no México. Aos 72, de infarto fulminante, leio, ainda estarrecido.

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Outro dia mesmo, por coincidência, discutia com parentes quem havia sido o maior lateral-direito da história. Muita gente falou em Djalma Santos, alguns em De Sordi, mas a maioria fechou com Carlos Alberto. Eu nunca tive dúvidas. Mesmo porque ele foi o primeiro lateral moderno de que se tem notícia. Saía da defesa armando o jogo, não se contentava em marcar o ponta, como era uso. Era não apenas um craque, na habilidade, como sabia "ler" o jogo. E tinha ascendência sobre os companheiros, não sendo por acaso capitão. Na minha seleção dos sonhos, Carlos Alberto está na direita e Nílton Santos na esquerda.

E ninguém que ame o futebol vai jamais esquecer aquele gol de Carlos Alberto, o quarto contra a Itália, em que a bola passou de pé em pé, até que Pelé, sem olhar, empurrou-a para a direita, para seu companheiro de clube. O chute, com a parte de fora do pé, matou o goleiro italiano e decretou que o caneco, afinal, seria nosso para sempre. O próprio Carlos Alberto ergueu a Jules Rimet, que, afinal, acabou roubada da sede da CBF e derretida pelos ladrões, segundo se acredita.

Fecho os olhos e vejo-o com a camisa branca do Santos, com o número 4 às costas, uma tradição da Vila para os laterais-direitos antes da absurda numerologia usada agora.

Quem viu o seu futebol, ficará para sempre agradecido. Muito obrigado, Capita, vá em paz.

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