Luiz Zanin Oricchio
23 de junho de 2018 | 17h39
Claro, porque também é muito boa, tem tradição e tem camisa. Além de quatro títulos mundiais.
Nunca fui muito fã da técnica alemã. Mas confesso que há uma característica não apenas da seleção, mas dos times alemães, que admiro muito. E, a meu ver, é a explicação profunda do seu sucesso: eles não desistem jamais. Nunca. Enquanto não se ouve o apito final, eles estão na luta. E, volta e meia, acabam recompensados.
É aquele negócio: lutar até o fim não é garantia de que você vai vencer. Mas pode vencer. Por outro lado, desistir é decretar a derrota por antecipação. E aí vejo um defeito recorrente em muitas seleções e times brasileiros. À primeira dificuldade, entregam os pontos. Não estou dizendo que seja o caso da seleção de Tite. Ela ainda não foi posta à prova num jogo de tudo ou nada.
Mas este pode aparecer logo aí na esquina. Com a vitória de virada sobre a Suécia, é possível que a Alemanha tenha se colocado em nosso caminho. E então será a oportunidade de devolver uma derrota humilhante (não por 7 a 1, claro) ou enfiar o rabo entre as pernas de vez.
Mas fiquemos com a Alemanha. Esse time parece inferior ao campeão de 2014. Mas tem a mesma determinação, a mesma fibra, que são sua melhor tradição.
De modo que, virtualmente no último lance, Kroos conseguiu ressuscitar uma Alemanha já tida como moribunda. Depois da derrota para o México e do virtual empate com a Suécia, ficava a depender de resultados alheios.
Deixaram ela chegar. Agora, aguentem.
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