Nunca fui muito fã da técnica alemã. Mas confesso que há uma característica não apenas da seleção, mas dos times alemães, que admiro muito. E, a meu ver, é a explicação profunda do seu sucesso: eles não desistem jamais. Nunca. Enquanto não se ouve o apito final, eles estão na luta. E, volta e meia, acabam recompensados.
É aquele negócio: lutar até o fim não é garantia de que você vai vencer. Mas pode vencer. Por outro lado, desistir é decretar a derrota por antecipação. E aí vejo um defeito recorrente em muitas seleções e times brasileiros. À primeira dificuldade, entregam os pontos. Não estou dizendo que seja o caso da seleção de Tite. Ela ainda não foi posta à prova num jogo de tudo ou nada.
Mas este pode aparecer logo aí na esquina. Com a vitória de virada sobre a Suécia, é possível que a Alemanha tenha se colocado em nosso caminho. E então será a oportunidade de devolver uma derrota humilhante (não por 7 a 1, claro) ou enfiar o rabo entre as pernas de vez.
Mas fiquemos com a Alemanha. Esse time parece inferior ao campeão de 2014. Mas tem a mesma determinação, a mesma fibra, que são sua melhor tradição.
De modo que, virtualmente no último lance, Kroos conseguiu ressuscitar uma Alemanha já tida como moribunda. Depois da derrota para o México e do virtual empate com a Suécia, ficava a depender de resultados alheios.
Deixaram ela chegar. Agora, aguentem.