Luiz Zanin Oricchio
17 de abril de 2014 | 12h49
Não deixa de ser curioso como, ao mexer com interesses econômicos, um caso banal ganhe tantos desdobramentos. Falou-se em “marketing de emboscada” para este caso em que o jogador do Barça força o aparecimento da marca da cueca – o que lhe rende dividendos.
Mais: a Fifa mostrou preocupação, pois, como se sabe, a entidade monopoliza o marketing ao longo da Copa do Mundo. Diz-se até que Neymar, se insistir em mostrar a cueca, pode ser punido, e mesmo processado pela Fifa. Para ter tais poderes, ela obriga os países-sede a assinarem uma tal de Lei Geral da Copa que, ao que parece, passa por cima até da constituição do país onde a competição se realiza. Parece coisa de Kafka, mas não é. Existe no mundo geral dos homens.
Tudo para dizer que se otários como eu se escandalizam com a mercantilização do futebol, a Fifa também se escandaliza. Mas pelo simples fato de que exige o monopólio sobre essa mercantilização e não permite a ação de intrusos.
Que mundo, meu Deus!
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.