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O Santos vai bem na Libertadores mas o mistério da Vila permanece

O Santos foi bem, mas não apenas porque ganhou. Verdade, voltou a apresentar erros, em especial na defesa. Os dois gols colombianos foram de falhas do setor defensivo.

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Por Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Mas o Peixe teve méritos e pressionou bastante o adversário. Dessa pressão constante vieram os três gols, em particular o terceiro, do zagueiro Lucas Verissimo, quando o empate já parecia inevitável.

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Vi nisso tudo uma mudança de disposição do time, que às vezes me parecia meio desanimado e incapaz de enfrentar situações adversas. Apostava tudo na posse de bola mas, muitas vezes, se tornava estéril e monótono, incapaz de uma jogada surpreendente.

Neste jogo da Libertadores, esteve duas vezes em vantagem contra o Santa Fé e nas duas, por falhas, cedeu empate. Mas não se conformou e foi à luta. Num desses lances teimosos, a bola sobrou para Verissimo marcar seu primeiro gol como profissional. E deixar seu time em primeiro no grupo.

Foi uma vitória dessas que dão têmpera a um time. E, outra coisa, os ujogadores foram incentivados pela torcida o tempo todo - e sob chuva, no segundo tempo. Foi uma partida com clima de Libertadores - e isso é um elogio.

O jogo, como se sabe, foi no Pacaembu, o que sempre levanta polêmica na Baixada. O time é de Santos, diz uma facção, e deve jogar em seu campo, na mítica Vila Belmiro. O argumento contrário tem também suas razões. Em São Paulo há mais público e a torcida da Capital tem direito a ver seu time. Além do mais, faz parte da tradição do Santos jogar fora de sua cidade como mandante. Lembremos que os títulos mundiais foram decididos no Maracanã.

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Dito isso, reconheça-se: a Vila é a Vila. Insubstituível.

Mas há um argumento que tem sido irrespondível - a Vila tem recebido públicos muito pequenos. Se o time é da cidade, por que a cidade não o prestigia?

Na véspera de Santos x Santa Fé encontrei, em uma padaria, um ex-craque do Santos. Não digo o nome porque não tenho autorização para isso. Papeamos um pouco e comentei que o jogo ia ser em São Paulo. Ele me disse: "Lógico! Já temos 25 mil ingressos vendidos. Aqui são sempre os mesmos 5 ou 6 mil por jogo. Você vai à Vila e tem mais gente vendo o jogo nos bares na frente da televisão que dentro do estádio."

Como não lhe dar razão? Talvez seja o preço alto a assustar as pessoas? Mas já fui a jogo com promoção, ingressos baratos e mesmo assim não lotou. Outro dia, sócio não pagava. Mesmo assim não encheu.

Será que as pessoas têm preguiça de ir ao campo? Sei lá. Acho que a diretoria deveria fazer uma pesquisa para entender o que acontece. Porque, francamente, a Vila Belmiro é o melhor estádio que existe para você assistir a uma partida de futebol, o que torna o fenômeno ainda mais misterioso.

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