O Uruguai, sempre tão desacreditado apesar da mística antiga da Celeste Olímpica, empatou com a França e despachou a dona da casa com um placar de 3 a 0. A atuação raçuda encheu os uruguaios de esperança. Podem esbarrar com a arquirrival Argentina logo nas oitavas, o que seria um embate épico. Quem conhece os dois povos garante que, perto da rivalidade entre eles, a que existe entre Brasil e Argentina parece brincadeira de criança.
O Paraguai, que respeitávamos por sua defesa, traz novidades nesta Copa. Fez uma boa campanha nas Eliminatórias e apresenta poder de ataque para ambicionar alguma coisa melhor do que a mera participação honrosa. O placar de 2 a 0 aplicado à Eslováquia pode ser considerado uma goleada. Tem tudo para avançar para a fase seguinte, se não tropeçar nas próprias pernas diante da Nova Zelândia.
E o Chile de Marcelo Bielsa? Somou seis pontos, com duas vitórias, contra Honduras e Suíça. A novidade é o futebol ofensivo que vem apresentando sob o comando de El Loco Bielsa, como é chamado o técnico argentino por sua ousadia tática. Quem conhecia de longa data o futebol tímido do Chile nota logo a transformação. É time de boa fluência em campo, ofensivo, gostoso de ver.
Além do bom começo dos sul-americanos, há a contrapartida: o desastre europeu com os fiascos (até agora) de França, Itália e Inglaterra. Mesmo a Alemanha, tão elogiada, empacou no segundo jogo diante da Sérvia. E a badaladíssima Espanha perdeu a primeira e ganhou a segunda por meros 2 a 0 contra a fraca Honduras. Se retrospecto vale alguma coisa, é bom lembrar que os europeus jamais ganharam uma Copa fora da Europa. Há um ditado dos especialistas: "A Europa para os europeus; o resto do mundo para os sul-americanos".
Vamos aproveitar a chance?
(Caderno da Copa 2010, 226/10)