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Brasil faz ótimo Mundial e tem Álvaro Filho como destaque

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Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

Para um país que venceu cinco das oito primeiras edições do Mundial de Vôlei de Praia, a prata solitária de Ricardo/Álvaro Filho poderia indicar um desempenho ruim do Brasil na Polônia. Não foi. Apesar de ter só uma dupla no pódio, o vôlei de praia brasileiro tem muitos motivos para comemorar o desempenho no Mundial que acabou neste domingo.

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O novo modelo da modalidade (que eu já critiquei várias vezes aqui) permite às confederações nacionais montarem aquelas que elas entendem ser as melhores duplas possíveis, remanejando atletas. Foi assim que surgiu Ricardo/Álvaro, aliás.

No Mundial, o Brasil foi muito bem individualmente, abrindo brecha para a CBV fazer trocas caso necessário - e isso pode vir a acontecer caso Ricardo e/ou Emanuel resolvam se aposentar e/ou não consigam continuar a jogar em alto nível até os Jogos do Rio por conta da idade.

Álvaro Filho, medalhista de prata com Ricardo, é o grande exemplo. Aos 22 anos, Alvinho, de 1,85m, atua na defesa. Mesmo assim, foi o 11º atacante da competição, com quase 50% de acerto. Normalmente os atacantes com melhor aproveitamento recebem poucas bolas (os adversários sacam em quem ataca pior). Com Alvinho não tem dessa. A média (49,1%) foi tão boa quanto de Ricardo (50,5%). Até o número de erros foi praticamente igual, apesar de Álvaro ter atacado quase duas vezes e meia mais que o companheiro.

Não à toa, Álvaro foi quem mais pontou em ataque durante toda a competição: 138 pontos. Isso porque foi quem mais defesas fez: 53, duas a mais que Emanuel, segundo do ranking. Duas vezes vice-campeão mundial sub-21 (2010 e 2011), Alvinho mostrou ao mundo que vai ser dos melhores também no adulto. Aliás, já foi o MVP do seu primeiro Mundial, o que não é pouco.

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Não é loucura vislumbrar uma dupla Alison/Álvaro. No Mundial, o Mamute (27 anos) se saiu até melhor que Ricardo. Os dois bloquearam 33 vezes e lideraram a estatística. Alison ainda foi o quarto maior pontuador de ataque, o que daria uma dupla de muito futuro com Álvaro, caso queira a CBV.

Melhor dupla do Brasil, Bruno Schmidt e Pedro Solberg (ambos de 26 anos) pararam nas quartas de final, num jogo muito equilibrado contra os campeões holandeses Brouwer e Meeuwsen. Mesmo com a eliminação prematura, Bruno foi o terceiro que mais fez aces e ficou entre os 15 melhores defensores. Pedro foi o quinto bloqueador e também entre os 15 melhores atacantes.

Por fim, Evandro e Vitor Felipe (ambos de 22) não tiveram medo no primeiro Mundial adulto deles. Venceram os favoritos Bruno/Pedro na fase de grupos, e só caíram nas quartas de final, para os alemães que terminaram com o bronze. Evandro foi o melhor sacador da competição e o sétimo que mais pontuou em bloqueios. Vitor, o oitavo que mais colocou bolas no chão no ataque. Mostraram, que, não à toa, são a grande esperança da CBV para 2016.

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