Brasil - Na temporada que chega ao fim com o início do frio no hemisfério sul, o esporte de inverno brasileiro deu alguns primeiros passos importantes. Depois de se arriscar no bobsled feminino, no esqui aéreo e no hóquei sobre o gelo, o País iniciou sua trajetória no curling. No Mundial de Duplas Mistas da Escócia, que termina nesta quarta, foram oito jogos, com sete derrotas e uma importante vitória.
Obviamente não se esperava muita coisa de Marcelo Melo e Aline Gonçalves, que se conheceram 15 dias antes de jogarem juntos pela primeira vez e estão longe de serem atletas de alto rendimento. Mesmo assim ela foi a 30.ª melhor entre as 34 mulheres que participaram da competição. Ele ocupou o mesmo posto entre os homens. Juntos, porém, só tiveram estatísticas melhores que da Alemanha.
Em oito jogos foram seis derrotas incontestáveis: para Canadá (10 a 3), Letônia (10 a 3), Finlândia (13 a 1), Estônia (12 a 3), Escócia (14 a 1) e Suécia (13 a 1). A única vitória veio diante do Casaquistão, por 8 a 3. Depois, na última rodada, o Brasil chegou a estar vencendo a Eslovênia, mas levou a virada, por 11 a 4.
Na classificação geral, o Brasil foi último colocado, mas o resultado nada importa. Desculpe o trocadilho, mas a pedra está lançada. A vaga em Mundiais de Duplas Mistas é garantida porque a CBDG é filiada à Federação Mundial de Curling. Assim, é questão de tempo e preparação para que atinga-se novos patamares. Cabe à CBDG e ao ministério do esporte (Bolsa-Atleta) dar subsídios e condições para que a modalidade se desenvolva, ainda que fora do País. Todos os atletas brasileiros de curling moram fora, especialmente no Canadá, mas isso não faz deles mais ou menos brasileiros.