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Com 4 finais, Brasil começa bem o Mundial de Natação

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Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

Foi positivo o balanço da participação brasileira no primeiro dia da natação no Mundial de Barcelona. Não só por Cesar Cielo e Nicholas Santos terem avançado à final dos 50m borboleta com os dois melhores tempos, mas porque a delegação já garantiu quatro finais (contra seis de todo o Mundial de Xangai/2011). E as mulheres tiveram bons resultados.

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Felipe Lima fez aquilo que eu acho fundamental um atleta fazer: dar o seu melhor nas competições mais importantes. Assim, anotou o melhor tempo da vida nos 100m peito exatamente na semifinal do Mundial. Passou para a decisão com o quinto tempo, o que não significa que brigará por medalhas.

Pela primeira vez na carreira ele quebrou a barreira do um minuto, com 59s84 - no Maria Lenk, havia feito 1min00s06. O problema é que na final do Mundial o nível é outro. Só como comparação, o quarto colocado nos Jogos de Londres/2012 fez 59s53. Os medalhistas de ouro e prata nadaram na casa dos 58s.

Desta forma, repetir o quinto lugar na final estará bom demais para Felipe Lima. Assim como não pode ser menosprezado o 14º lugar de João Júnior (1min00s40), que parou na semifinal. Mesmo se repetisse os 1min00s21 do Maria Lenk, só ganharia uma posição em Barcelona.

"Na hora da largada eu não saí tão bem. É uma semifinal, entre os melhores do mundo e é meio pesado ainda, mas agora é botar a cabeça no lugar para nadar bem os 50 ainda", disse João Gomes.

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DAYNARA - Nos 100m borboleta, Daynara de Paula não avançou à final, mas fez bem o seu papel. A brasileira terminou em 15º, com 59s04, mais de um segundo melhor do que ela apresentou nos Jogos de Londres/2012. O resultado foi muito bom para quem chegou ao Mundial como apenas a 41º do ranking.

"Tentei fazer os primeiros 50m segurando para voltar forte, mas foi bom. Pensei que fosse pegar a final, mas tudo bem. Fiz muita força, dei o máximo e é isso que importa. Fiquei um ano e meio mudando muito de técnico e de clube. Acho que faltou mais um pouco de carga de treino", explicou Daynara, agora no Sesi-SP. Ela ainda vai nadar os 50m borboleta, prova em que ela também tem boas chances de fazer semifinal.

REVEZAMENTO MASCULINO - Como bem frisou Marcelo Chierighini, valeu para o Brasil voltar a uma final do 4x100m livre após quatro anos. A prova, que já foi uma das mais fortes do País, rendendo até medalha olímpica, tem potencial para dar pódio nos Jogos do Rio. Para isso, Cesar Cielo e Bruno Fratus, principalmente, têm que se dedicar.

Neste domingo, o time teve Nicolas Oliveira (48s72), Fernando Ernesto (48s98), Vinícius Waked (49s19) e Marcelo Chierighini (47s56) e ficou em sétimo na final, com 3min14s45, baixando quase dois segundos o tempo das eliminatórias dos Jogos de Londres, quando ficou num decepcionante nono lugar.

Chierighini, que vai nadar a prova individual e ganhou o Maria Lenk, fez a quinta melhor parcial da final dentre os atletas que largaram em movimento. Nicolas Santos repetiu o tempo do Maria Lenk. O resultado brasileiro, porém, poderia ter sido melhor. Pela manhã, Fernando Ernesto foi 0s55 melhor. Vinicius, outros 0s17. Essa soma poderia deixar o Brasil em sexto.

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"Há quatro anos o Brasil não entra nesta final e isso foi importante. É um revezamento novo que precisa ainda se entrosar. Foi muito legal ser o revezamento mais rápido depois de abolidos os trajes, e até 2016 vamos estar muito bem", disse Chierighini.

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RECORDE - Neste domingo, um recorde sul-americano caiu. Foi no revezamento 4x100m livre feminino de Larissa Oliveira (55s29), Daynara de Paula (55s36), Graciele Herrmann (55s23) e Alessandra Marchioro (55s17), que fez 3m41s05 na semifinal. Elas terminaram na 11ª colocação, a 1s81 da final.

A melhor brasileira foi Larissa Oliveira, que fez o melhor tempo da carreira. Alessandra Marchioro também foi bem, mas tinha condições de ser mais rápida (fez 55s15 no Maria Lenk). Na prova individual, só Alessandra está inscrita.

ELIMINADAS - Duas brasileiras nadaram as eliminatórias pela manhã, mas não conseguiram avançar. Nos 200m medley, Joanna Maranhão fez 2min15s00 cravados e terminou em 16º. Para passar à semifinal, precisaria tirar pouco mais de um segundo. No Maria Lenk, o tempo dela foi 2min14s29.

"Na minha cabeça já dava para tirar 2min13s. A competição está muito emparelhada. Piorei 70 centésimos em relação ao Maria Lenk e isso me custou várias posições. É a prova de como está acirrado. A competição começou agora e não dá pra desesperar porque a primeira prova não foi aquilo que eu esperava. É sentar com Nikita (o técnico) e ver o que a gente consegue acertar para as próximas", comentou Joanna.

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Já nos 400m livre, a garota Carolina Bilich terminou com o 29º lugar: 4min21s40, tempo mais de sete segundos mais lento do que o melhor dela no ano - e que lhe daria o 23º lugar em Barcelona. Mas a garota tem apenas 17 anos e está no primeiro Mundial.

"Não estava nervosa. Estava tudo bem e não sei porque, mas não me senti bem na água. Pelo menos quebrou o gelo para as próximas provas e espero que tudo saia melhor", disse a brasileira, que ainda nada o revezamento 4x200m e os 800m.