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Dez anos após deixarem a Paraíba, irmãs sonham ir juntas aos Jogos do Rio

Aos 13 anos, Jucilene Sales de Lima deixou a família em João Pessoa (PB) para acompanhar a irmã cinco anos mais velha numa nova vida em São Caetano do Sul (SP). Dez anos depois, ela e Jailma planejam uma viagem mais curta, até o Rio, para primeira vez competirem juntas em uma Olimpíada.

Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

"A Jailma já era conhecida na Paraíba, tinha ido para Mundial de Menores. Eu ia lá para brincar com os meninos. Um dia o treinador me colocou para lançar dardo, lancei, vim para uma competição em São Caetano, e o (técnico) João Paulo (Alves de Lima) me chamou para treinar com ele. Estou até hoje", conta Jucilene, recordista brasileira do lançamento do dardo.

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Aos 14 anos, em 2005, ela já era recordista sul-americana sub-18 e disputava seu primeiro Mundial, de Menores, seguindo os passos da irmã, quarta colocada no heptatlo na edição anterior do evento, em 2003. Depois, foram sete temporadas, de 2006 a 2012, sem grande evolução, até Jucilene bater pela primeira vez o recorde brasileiro do dardo pela primeira vez, em 2013.

Naquele ano, as duas irmãs disputaram um Mundial pela primeira vez juntas. Um teste de nervos para elas. "Quando minha irmã vai competir, eu fico mais ansiosa que ela." A declaração é de Jailma, mas poderia ser também de Jucilene. Na arquibancada ou na beirada da pista, está sempre não apenas incentivando, mas torcendo no sentido mais puro da palavra.

Afinal, vai fazer 11 anos que as duas irmãs largaram tudo na Paraíba. Nascidas em Taperoá, no interior do Estado, cresceram em João Pessoa em meio a uma família de cinco irmãs. Filhas de uma empregada doméstica e um pedreiro, encontraram no atletismo uma profissão de sucesso. "Agradeço a Deus, à minha família, toda a equipe, à BM&F Bovespa, Exército, Bolsa Pódio, Caixa, Nike, Pão de Açúcar, prefeitura de São Caetano do Sul pelo apoio", lista Jailma, deixando claro que não lhe falta incentivo financeiro.

Aos 21 anos, foi a Pequim como reserva do revezamento 4x400 metros. Quatro anos depois, correu a prova por equipes e os 400m com barreiras em Londres. No Rio, quer somar os 400m rasos ao cardápio - foi terceira colocada no Troféu Brasil. Ainda que demonstre cautela, é nome certo no revezamento 4x400m, que ela ajudou a classificar para os Jogos pelo Mundial do início do mês.

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Na volta das Bahamas, outra felicidade. Foi chamada para um jantar na casa da irmã e só lá descobriu que o evento era o seu noivado com o guia paraolímpico, Wendel. A ideia é casar ainda antes dos Jogos do Rio. Os dois já moram juntos.

Dessa vez Jucilene foi mais precoce: havia vivido a mesma sensação dias antes. "Criou coragem, o safado", conta, em referência ao jogador de futebol Mateus - ela não conta detalhes da carreira do noivo para não fazer propaganda. "Para casar não sei, depende dele".

Se depender muito para dizer o "sim" diate do "São Jorge Guerreiro" adorado pela lançadora, Mateus vai casar com uma atleta olímpica. Afinal, Jucilene é recordista brasileira, com 62,89m, e deve superar o índice de 62,00m daqui até o julho do ano que vem. A bela paraibana já está garantida no Mundial de Pequim (China) e nos Jogos Pan-Americanos, em Toronto (Canadá).

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