Hugo Hoyama foi, de longe, o mais importante jogador de tênis de mesa do Brasil. Aos 44 anos, ele ainda não se aposentou (segue jogando torneios nacionais), mas, desde o ano passado, é o técnico da seleção brasileira feminina. Neste sábado o trabalho mostrou seu maior resultado: o Brasil subiu, pela primeira vez, para a primeira divisão do Mundial.
O tênis de mesa tem dois Mundiais: um por equipes e outro individual. O por equipes está sendo jogado no Japão com quatro divisões no feminino (96 times) e cinco no masculino (120). O Brasil, entre as mulheres, joga a segunda divisão e precisava avançar até a final para conseguir o acesso, que veio depois da vitória por 3 a 2 sobre a Tailândia, nesta manhã, pelo horário de Brasília.
No confronto decisivo o Brasil teve Caroline Kumahara (19 anos, 135.ª do mundo), Gui Lin (chinesa naturalizada, 21 anos, 195.ª) Lígia Silva (veterana, 33 anos, 212.ª). Além delas, Jéssica Yamada (25 anos, 191.ª) também joga o Mundial. Cada confronto é em melhor de cinco jogos de simples. Por cada time duas atletas fazem duas partidas e uma faz um único jogo, o terceiro.
O acesso só coroa o crescimento do tênis de mesa feminino, ainda que nenhuma atleta consiga ir longe em competições internacionais individuais no adulto. Existe um ranking mundial por equipes e, nele, o Brasil hoje é o 27.º colocado. Há um ano, era o 30.º. Há dois, o 36.º. Se vencer a Suécia, neste domingo, na decisão da segunda divisão, deve se aproximar do top20.
MASCULINO - Entre os homens, por outro lado, o Brasil faz um Mundial para esquecer. Pelo ranking, o País entrou pela primeira vez na primeira divisão e tinha como meta avançar entre os 12 melhores. Com quatro derrotas (China, Sérvia, Áustria e Polônia) e uma vitória (Rússia), não avançou da fase de grupos.
Depois, nos playoffs que definem do 13.º ao 24.º lugar, fez 3 a 0 na Dinamarca, mas perdeu de 3 a 1 para a França. Assim, não conseguiu se garantir entre os 16 países que permanecem na primeira divisão. Porém, existem seis vagas pelo ranking mundial e o Brasil, hoje, teria a segunda delas. Afinal, é o 14.º do ranking, tendo subido nove posições nos últimos dois anos.
Esperava-se mais, no Japão, de Hugo Calderano, que tem só 18 anos mas já é o número 93 do ranking mundial adulto, 11.º no sub-21 e quarto no sub-18. Além dele, o Brasil tem outros dois top100: Gustavo Tsuboi (69.º) e Cazuo Matsumoto (89.º). A equipe foi completada por Thiago Monteiro (120.º).