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Isadora compete hoje para popularizar patinação artística no Brasil

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Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

Não é à toa que os Jogos de Vancouver/2010 foram marcados, para nós brasileiros, pela insistente transmissão e reapresentação de provas de patinação artística pela Record. A graciosidade dos movimentos, a plasticidade, a música, tudo isso cativa e faz da modalidade o xodó dos brasileiros nos Jogos Olímpicos de Inverno.

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A partir desta quarta-feira, temos para quem torcer: Isadora Williams, que compete a partir das 12h de Brasília no programa curto. Se ficar entre as melhores 24 (de 30), volta na quinta, para a rotina livre. O resultado, porém, é o de menos. A garota tem uma responsabilidade muito maior: popularizar o esporte no Brasil, algo que, por razões óbvias, modalidades de neve e o bobsled não têm a menor condição de conseguir.

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Aos 18 anos (completados já em Sochi), a garota tem um defeito: mora nos Estados Unidos e mal fala o português - ainda que se esforce bastante. Estivesse sempre disponível, seria figurinha carimbada em programas de TV. É talentosa e, principalmente graciosa, além de muito dedicada.

Filha de uma brasileira radicada nos Estados Unidos, Isadora sequer falava o português em casa até pouco tempo atrás - atualmente, tem uma professora particular. Em 2009, antes mesmo da intervenção judicial na CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo), ela enviou um vídeo à entidade, agradou, e passou a competir pelo Brasil. Recentemente, passou a receber Bolsa Atleta do Governo Federal - doze parcelas deR$ 1.850, já quitadas.

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A vaga olímpica poderia ter vindo pelo Mundial do ano passado, mas a brasileira foi a 25.ª colocada e as 24 primeiras, apenas, garantiam presença em Sochi. Ela não desanimou e garantiu uma presença inédita no Brasil na patinação artística por meio de um torneio que serviu como repescagem, em setembro - o vídeo lá em cima é a apresentação dela. Ficou no 12.º lugar e carimbou o passaporte.

Conversei com Isadora no Prêmio Brasil Olímpico, no ano passado. Apesar de treinar todo dia sobre patins, ela sofria para ficar em cima de um salto não tão alto assim depois de receber o prêmio de melhor atleta de esportes no gelo de 2013. Quando me identifiquei como jornalista, ela fez questão de conversar em português, ainda que tivesse um vocabulário restrito. Enrolava-se para dizer "patinação", por exemplo.

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Ainda que sinta dificuldades no português, Isadora tem plena noção do seu potencial. Mais do que competitivo, potencial esportivo. Afinal, não faltam, no Brasil, potenciais patinadoras. Não que o Brasil vá se tornar potência olímpica na modalidade, longe disso. Mas com o exemplo de Isadora, a tendência é que mais e mais meninas (e meninos!) procurem aulas, ainda que no patins inline.

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Esse, lógico, é um trabalho à longo prazo. Isadora tem só 18 anos e tem todo um ciclo olímpico para ganhar popularidade no Brasil e fazer bonito nos Jogos de 2018, na Coreia. Cabe à CBDN saber aproveitar esse potencial e não medir esforços para tornar Isadora uma atleta cada vez mais competitiva a nível internacional. Chegou a hora de esquecer um pouco o bobsled.

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