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Sua dose diária de esporte olímpico brasileiro

Justo? Injusto? Os melhores do ano modalidade por modalidade

Com algum atraso, mas bastante reflexão, seguem os comentários, modalidade por modalidade, sobre os vencedores do Prêmio Brasil Olímpico. Concorda? Discorda? Comenta aí na caixinha também

Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

Atletismo - Duda - Justo, mas naquelas. Foi o melhor brasileiro no Mundial de Moscou. O único que brigou de verdade por uma medalha. Não conseguiu por detalhes, mas chegou perto, ficando a 3cm do pódio.

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Mas acho que mais justo ainda seria dar o prêmio à Ana Cláudia Lemos. Os temos que ela fez no começo da temporada são fantásticos, uma evolução tremenda para o velocismo brasileiro. Não fosse o erro no bastão, o Brasil teria ganhado medalha no revezamento e ela é o principal nome da equipe.

Badminton - Lohaynny Vicente - Nada mais justo. Neste ano, disputou sete torneios e subiu seis vezes ao pódio. Tem apenas 17 anos. Mas acho que a dupla Alex Tjong/Hugo Arthuso merece uma menção honrosa.

Basquete - Tiago Splitter - Errado. Injusto. Splitter foi vice-campeão da NBA, beleza. Mas não representou o Brasil no fracasso da Copa América, resultado que colocou em xeque a qualidade do nosso basquete. Teve seus motivos para não ir? Claro que teve. Mas nunca poderia ser premiado.

Antes de Thiago Splitter deveria ter ganhou Marcelinho Huertas, que deu a cara a tapa e foi para a Copa América. E que foi vice do Campeonato Espanhol como protagonista. Mas minha escolha seria mesmo pela Érika, mais uma vez vice-campeã da WNBA.

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Boxe - Robson Conceição - Sem sombra de dúvidas a decisão mais correta. Nem há contestação. Vice-campeão mundial. Ainda sobrou no título Pan-Americano.

Canoagem Slalom - Ana Sátila - Também nem há discussão. Medalhou no mundial júnior e segue como a melhor do País no adulto, ainda que longe de um resultado expressivo.

Canoagem Velocidade - Isaquias Queiroz - Perfeito. Foi campeão mundial numa prova não-olímpica e bronze em outra. Isso no primeiro Mundial adulto - apesar de ter idade para competir entre os juniores. Não fosse o desabafo fora de propósito que fez no Facebook, poderia estar entre os três que disputam o Prêmio Brasil Olímpico.

Ciclismo BMX - Renato Rezende - Não há o que tirar nem pôr. Teve um segundo semestre ruim, mas foi muito bem no começo da Copa do Mundo, chegando a duas finais. Conquistou os melhores resultados da história do Brasil no BMX.

Ciclismo Estrada - Rafael Andriato - Não há fator de comparação com os que estão no Brasil. Por competir entre os melhores do mundo, foi escolhido. Mas a melhor brasileira no Mundial foi Flávia Oliveira, que também ganhou a Volta do México. Votaria nela.

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Ciclismo Mountain Bike - Henrique Avancini - Nem havia como ser diferente. Chegou ao melhor ranking da história do MTB brasileiro e conquistou bons resultados. Uma pena ter sofrido acidente no Mundial.

Ciclismo Pista - Flavio Cipriano - Não sei dizer. É uma modalidade que engatinha no Brasil. Sequer foi ao Mundial. Mas o Cipriano parece ser o nome mais importante da nova geração.

Desportos na Neve - Isabel Clark - Perfeito. Manteve-se entre as 20 melhores do mundo durante toda a temporada. É a única esquiadora brasileira realmente de elite e que não vai os Jogos de Sochi porque existe uma cota enorme de vagas.

Desportos no Gelo - Isadora Williams - Conquistou uma vaga olímpica para o Brasil nos Jogos de Sochi. Não havia como ser diferente.

Esgrima - Gabriela Cecchini - Outra escolha perfeita. Foi medalhista no Mundial de menores e já começou a dar os primeiros passos entre as adultas, apesar dos 16 anos. Mas vale menção honrosa para a Cleia Guilhon, que foi bronze no Pan-Americano (algo raríssimo) e para Renzo Agresta, que teve o melhor ano da carreira, talvez, com seu melhor resultado em Mundiais e o primeiro título pan-americano.

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Futebol - Neymar - Nem há o que falar. Justíssimo.

Ginástica Artística - Arthur Zanetti - Teve um ano perfeito, vencendo tudo que disputou nas argolas. Foi campeão mundial e da Universíade, se não com sobras, com a segurança de quem sabia que venceria. Diego Hypolito teve um ano para mostrar que segue entre os melhores do mundo, mas o prêmio tem mesmo que ser de Zanetti.

Ginástica de Trampolim - Giovanna Matheus - Tenho minhas dúvidas. O Brasil participou de poucas competições ano ano. Foi a uma Copa do Mundo e ao Mundial. Giovanna não foi a melhor do Mundial. O posto ficou com Camilla Gomes, que deveria ter sido a escolhida.

Ginástica Rítmica - Angelica Kvieczynski - No individual, foi a melhor brasileira no Mundial e venceu o Campeonato Brasileiro. O prêmio, assim, é bastante merecido. Mas talvez valesse a pena homenagear alguém do conjunto, que conquistou uma medalha de bronze em Copa do Mundo.

Golfe - Adilson da Silva - Alexandre Rocha é o golfista brasileiro de maior renome, mas, nesta temporada, sequer conseguiu se manter no PGA Tour. Assim, o prêmio fica merecidamente com Adilson, que joga o Circuito Africano, venceu uma etapa este ano e alcançou o 215.º lugar do ranking mundial, histórico para o golfe brasileiro.

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Handebol - Alexandra - Se a ponta é a melhor jogadora do mundo e artilheira da Liga dos Campeões, principal torneio interclubes da modalidade, nada mais justo que ser também escolhida como melhor do handebol no Brasil. Mas Duda, que venceu a Liga na temporada passada, merecia um prêmio de consolação.

Hipismo Adestramento - Luíza Almeida - Na concorrência com os irmãos, levou a melhor. Na temporada, participou praticamente apenas das seletivas para o Mundial da Normandia, e foi a melhor na maior parte das vezes.

Hipismo CCE - Marcelo Tosi - Ano de muitas mudanças no CCE. Não sei dizer, sinceramente.

Hipismo Saltos - Doda - Falhou na hora de dar o título da Copa das Nações para o Brasil, mas foi sim o melhor cavaleiro do País em 2013. Ganhou uma etapa do GCT e também a principal prova em Wellington no primeiro semestre. Nenhum outro brasileiro chegou aos seus pés.

Hóquei Sobre Grama - Matheus Borges Ferreira - Modalidade engatinha. Não sei opinar.

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Judô - Rafaela Silva - Única brasileira campeã mundial no judô, não poderia ficar sem o posto de melhor da modalidade em 2013. Se formos considerar o ano todo, talvez não tenha sido a brasileira que teve melhores resultados. Mas venceu o Mundial e é isso que importa.

Levantamento de Peso - Fernando Reis - Ganhou o Pan-Americano e ficou em sétimo no Mundial, conquistando provavelmente o melhor resultado do País na história da modalidade. Não havia como não ganhar o prêmio.

Lutas - Joice Silva - Foi oitava colocada no Mundial (melhor resultado do País) e ficou com a prata no Pan. Aos 30 anos, segue como a melhor lutadora brasileira, numa modalidade em que os homens não se destacam. Prêmio justo.

Maratona Aquática - Poliana Okimoto - Existem duas maratonistas aquáticas de alto rendimento no País. Poliana foi prata nos 5km, ouro nos 10km e bronze no revezamento no Mundial de Barcelona. Nas duas provas individuais ficou à frente de Ana Marcela Cunha, que não conseguiu o bicampeonato nos 25km. Nada mais justo que Poliana vença.

Natação - Cesar Cielo - Campeão mundial nos 50m livre e nos 50m borboleta, isso depois de passar por cirurgias nos joelhos. Não há melhor dúvida de que foi o melhor da natação, ainda que Thiago Pereira e Felipe Lima tenham ganhado medalha em provas olímpicas no Mundial.

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Natação Sincronizada - Lorena Molinos - Não sei. Lorena e Giovana formaram o dueto brasileiro no Mundial porque Lara e Nayara decidiram tirar um ano sabático. Azar o delas. Ponto. Na disputa entre Lorena e Giovana, não sei que leva a melhor, mas foi Giovana a escolhida para disputar o solo pelo Flamengo no Brasileiro. Logo...

Pentatlo Moderno - Yane Marques - Foi medalhista de bronze no Mundial, venceu a Kremlin Cup e ganhou bronze na Copa dos Campeões. Fez um grande segundo semestre, apesar de ter começado mal o ano, sendo apenas a oitava no Super Final da Copa do Mundo, por exemplo.

Polo Aquático - Izabella Chiappini - É o principal nome da seleção feminina de polo aquático. Ganhou o Sul-Americano Juvenil, disputou o Mundial adulto e também o Mundial juvenil. Levou o prêmio porque o feminino ganhou vaga no Mundial de Barcelona e o masculino não.

Mas o melhor do ano foi o Grummy, que liderou a seleção juvenil no bom sétimo lugar no Mundial da categoria, o melhor já alcançado pelo polo brasileiro. Num esporte coletivo, o prêmio deveria estar relacionado à melhor campanha. E a melhor foi do time juvenil masculino.

Remo - Fabiana Beltrame - Conseguiu medalha numa etapa de Copa do Mundo e foi a melhor brasileira no Mundial de Remo, terminando em quarto na sua prova. É o grande talento do remo brasileiro e, se a modalidade continuar no pé que está, Fabiana ainda ganhará o prêmio por muitos anos.

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Rugby - Julia Sardá - Não sei avaliar direito. Mas ela parece ser a principal atleta da seleção feminina, que tem resultados melhores que a masculina (participa do Circuito Mundial e foi o Mundial). Logo, diria que foi justo.

Saltos Ornamentais - Cesar Castro - Ganhou uma etapa de Copa do Mundo e foi o único representante do Brasil no Mundial. Foi praticamente o único brasileiro a competir em alto nível neste ano. Os mais jovens foram fazer estágio na China, Hugo Parisi caiu no doping (sem culpa aparente) e Juliana Veloso teve filho. Não tinha como dar para outro.

Taekwondo - Guilherme Dias - Novamente o prêmio fica com o brasileiro que teve o melhor desempenho no Mundial. Aos 20 anos, chegou agora à seleção e já ganhou medalha no Mundial - a única do País.

Tênis - Bruno Soares - Termina o ano como terceiro melhor duplista do mundo, ameaçando, em alguns momentos, a supremacia dos irmãos Bryan. Melhor ano de um brasileiro no tênis desde Guga.

Tênis de Mesa - Hugo Calderano - Essa era a categoria mais difícil. Três brasileiros mereciam o prêmio. Hugo porque foi campeão em Santos e se tornou o mais jovem a ganhar uma etapa de Circuito Mundial. Cazuo Matsumoto alcançou um ranking histórico, entre os 60 melhores do mundo, chegando a vencer o nono colocado da lista.

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Caroline Kumahara conseguiu feito parecido com o de Cazuo. Também venceu uma japonesa top10 e alcançou o melhor ranking do tênis de mesa feminino. Pela novidade de ser um prêmio para uma mulher, ficaria com ela.

Tiro com Arco - Sarah Nikitin - Quando imaginaríamos uma brasileira entre as 10 melhores do mundo no tiro com arco? Sarah conseguiu isso, bateu o recorde brasileiro, e foi oitava colocada no Mundial. Merece demais o prêmio.

Tiro Esportivo - Cassio Rippel - Foi o melhor brasileiro do ano. Fez final de Copa do Mundo, brigando contra finalistas olímpicos, e terminou em quinto na Universíade. Voltou a colocar o tiro brasileiro em destaque e merece o prêmio.

Triatlo - Pâmella Oliveira - Prêmio injusto. Ela foi sim a mais regular das brasileiras na temporada, sempre ficando entre as 30 melhores nas competições. Mas Reinaldo Collucci conseguiu um nono lugar do Mundial. Pâmella ficou na 26.ª posição.

Vela - Jorge Zarif - COB pecou pela pressa. Quis anunciar cedo demais os vencedores, para dar logo início à votação do Prêmio Brasil Olímpico, e não esperou Robert Scheidt ser campeão mundial na volta à Laser. Mas isso tem o lado bom. Premiou Zarif, que foi o mais jovem brasileiro nos Jogos de Londres, foi mal por conta de uma contusão, mas voltou forte e, em 2013, venceu o Mundial da Finn no júnior e no adulto, se tornando o mais jovem campeão da classe. Também merecia o prêmio.

Vôlei de praia - Talita - Está certo. Talita/Taiana venceu o Circuito Mundial de Vôlei de Praia e o prêmio tinha que ir para a melhor delas. Foi para Talita, a segunda mais experiente jogadora do País hoje.

Vôlei - Thaisa - O time feminino foi melhor que o masculino. Logo, a premiada tinha que vir das mulheres. Thaisa ganhou como a melhor do Grand Prix. Logo, leva também o prêmio nacional.