Rafaela, que vai completar 15 anos apenas em 31 de outubro - depois do Mundial, portanto -, já havia brilhado há duas semanas, em importante torneio de base, o Multinations, em Israel. No seu primeiro ano de juvenil I (são dois nessa categoria e outros dois no juvenil II), venceu os 200m livre em 2min02s66. Parecia muito.
Nesta segunda, ela mostrou muito mais. Na final B do Maria Lenk, completou a prova em incríveis 2min01s44. Não existe um ranking brasileiro juvenil, mas o melhor tempo já feito num Campeonato Brasileiro da categoria foi 2min02s39. Rafaela, que nada pelo Clube Curitibano, do Paraná, ainda tem mais três temporadas de juvenil. Enorme marge para evoluir.
O passaporte para Kazan só não está carimbado porque a abertura do revezamento no Maria Lenk também vale como tomada de índice. Ela só sai da equipe se, na próxima quarta-feira, alguma rival fizer um tempo abaixo de 2min01s44 - a própria Rafaela, porém, pode melhorar a marca. Sua principal adversária é a também garota Gabriele Roncatto, de 16 anos, do Pinheiros, quarta colocada na final A e, até esta tarde, a grande promessa da natação feminina brasileira.
Dos seis melhores tempos dos 200m livre nesta segunda-feira, quatro foram do Pinheiros. No revezamento, é provável que a equipe ainda ganhe o reforço de Joanna Maranhão, recém-chegada ao clube, outra em condições de ser mais rápida que Rafaela. Se todo mundo do clube paulistano repetir o desempenho desta segunda-feira, será batido com facilidade o recorde sul-americano, da casa de 8min05s, que dura desde 2004.
Outras duas atletas do Pinheiros, Larissa Oliveira e Manuella Lyrio (recém-contratada junto ao Minas), obtiveram índice para o Mundial individualmente nos 200m livre. Larissa ainda bateu os recordes brasileiro e sul-americano. Com elas em bom dia, o Brasil pode nadar na casa de 7min48s em Kazan. Se fizer isso, tem grandes chances de ir à final. E se for à final, estará na Olimpíada. Em agosto de 2016, Rafaela terá apenas 15 anos.