Lais lutou seis meses e meio por isso. Era julho quando ela chegou aos últimos acertos com a CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) para começar a treinar para disputar vaga no esqui aerials. Já na época escrevi que a chance dela conseguir a vaga era grande.
"A classificação para os Jogos de Sochi é absolutamente plausível. O aerials feminino tem poucas atletas de alto rendimento: uma canadense, duas casaques, duas russas e uma suíça, além de atletas de Austrália, China, Estados Unidos e Ucrânia, que já estouraram a cota de quatro esquiadoras por prova para a Olimpíada. Só esse grupo restrito participou das etapas da Copa do Mundo e do Mundial da última temporada", escrevi na época.
No fim, a Bielo-Rússia apresentou quatro atletas novas e a Rússia outras duas. Com Josi e Lais, eram apenas 30 concorrentes para 25 vagas (excluindo aí as diversas norte-americanas, chinesas e australianas, que já bateram a cota máxima).
Os Estados Unidos desistiram de duas vagas (por estourarem a cota na modalidade como um todo) e o Canadá desistiu da sua única (por lesão). Nesta quarta-feira, foi confirmado que a Bielo-Rússia, que herdaria todas essas três vagas, abriu mão de uma. Exatamente a que foi aberta para Laís.
Agora só há mais uma atleta na lista de espera: Josi Santos, também ex-ginasta. Agora vai da coragem dela de querer competir em Sochi com a amiga correndo risco de vida.