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Sua dose diária de esporte olímpico brasileiro

O ouro de Cielo e a escolha por uma prova não-olímpica

Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

Tem sido tônica aqui no Olimpílulas tratar as provas não-olímpicas de uma forma diferente daquelas que estão no programa olímpico. Seria então incoerente exaltar a medalha de ouro conquistada nesta segunda-feira por Cesar Cielo nos 50m borboleta em Barcelona? Não.

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Porque o grande feito de Cesar Cielo não foi ser campeão de determinada prova não-olímpica. Foi mostrar ao mundo aquilo que ele é, ou tem totais condições de ser: o homem mais rápido das piscinas. Foi no borboleta, mas poderia (e ainda pode) ser no livre.

Diferente de outros atletas, que focam sua preparação em provas não-olímpicas, Cielo aproveita o fato de ser absurdamente rápido e competitivo para ganhar também no borboleta. O bicampeonato mundial é consequência disso tudo.

Na final desta segunda-feira, falou mais alto não a velocidade do brasileiro, mas sua competitividade. O brasileiro largou mal, apesar do bom tempo de reação (0s63), mas conseguiu crescer no final para vencer com 23s01, tempo bem abaixo da previsão dele próprio, que acreditava que precisaria de 22s6 para ser campeão.

Nicholas Santos, que liderou a maior parte da prova, teve um final ruim, aparentemente deslizou cedo demais, e terminou apenas no quarto lugar, com 0s20.

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Atual campeão mundial de piscina curta, Nicholas queria e podia mais em Barcelona. Sai do Mundial sem medalha, mas liderando o ranking mundial. Agora fica na expectativa para a Assembleia Geral do COI, em setembro, torcendo pela inclusão das provas de 50m peito/borboleta/costas nos Jogos do Rio.

Outros atletas que priorizam as provas curtas, não-olímpicas, não tiveram sucesso nesta segunda-feira, nos 100m costas. Daniel Orzechowski foi o 21º das eliminatórias, com 55s09, contra 54s64 que fez no Maria Lenk. Se repetisse essa marca, avançaria à semifinal como 15º. Mas a esperança dele é mesmo os 50m costas, no qual é o terceiro do ranking mundial.

A situação de Etiene Medeiros é absolutamente idêntica. Ela foi 21ª nas eliminatórias, com 1min01s75, piorando em 0s75 o tempo do Maria Lenk, que lhe valeu índice A para o Mundial e que, se repetido, a colocaria na semifinal, em 14º. Na prova mais curta, Etiene aparece como quinta mais rápida do ranking.

Já o caso de Beatriz Travalon é diferente. A garota que começa a dar novo ânimo ao antes estagnado nado peito feminino no Brasil está em Barcelona para nadar o revezamento 4x100m medley. Como tinha índice B, foi inscrita nos 50m e nos 100m peito. Nesta segunda, ela competiu na prova mais longa e, com 1min11s39, foi a 39º das eliminatórias. No Maria Lenk a atleta do Pinheiros havia sido dois segundos mais rápida. Com esse tempo, teria sido 27ª no Mundial, o que não muda muita coisa.

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