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Sua dose diária de esporte olímpico brasileiro

Por Anderson Silva, esporte brasileiro ignora princípios olímpicos

Flagrado três vezes em dois exames antidoping diferentes, Anderson Silva não deveria ser bem vindo em nenhum evento relacionado ao esporte até que cumprisse a pena que lhe vier a ser imposta. Mas não é assim que pensa quem comanda o esporte no Brasil. Nesta quarta-feira, a Confederação Brasileira de Tae Kwon Do (CBTKD) estendeu um tapete vermelho para que o lutador sente na janelinha do trem para a Olimpíada e não recebeu críticas do ministério do Esporte, do Comitê Olímpico do Brasil (COB) ou de qualquer entidade séria.

Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

"O que aconteceu com o Anderson Silva (o doping) não tem nada a ver com Olimpíada", disse, em determinado momento da entrevista coletiva, o presidente da CBTKD, Carlos Fernandes. Ele está redondamente enganado. 

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Está no primeiro dos sete princípios básicos do olimpismo: "Misturando esporte com cultura e educação, o olimpismo procura criar um modo de vida baseado no prazer do esforço, no valor educacional do bom exemplo, na responsabilidade social e no respeito aos princípios éticos universais".

Princípios éticos são universais. Doping é desvio ético no esporte olímpico, no UFC, na Fórmula 1 ou no futebol americano. Anderson Silva cometeu um desvio ético pela qual precisa ser dura e exemplarmente punido.Enquanto isso não acontecer, ele não pode ter espaço no esporte olímpico. Até porque aguarda-se por um julgamento que poderá dizer se ele tem um modo de vida baseado no esforço ou no doping, e se tem algo a ensinar como bom exemplo.

INJUSTIÇA - A questão do doping não é o único erro da CBTKD em relação a Anderson Silva. Em troca de visibilidade, a entidade jogou fora a credibilidade esportiva. Deixou claro que acredita que Olimpíada pode ser uma aventura, para a qual basta se dedicar alguns poucos meses - desde que você tenha um nome famoso e possa atrair mídia. O mérito esportivo é deixado de lado por quem mais deveria defendê-lo.

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