A queda de Ataíde Gil Guerreiro, confirmada neste início de tarde desta terça-feira, estava anunciada. Faz parte do processo de Carlos Miguel Aidar de fazer do São Paulo um clube pequeno. Não é de hoje que Aidar tem raciocinado com os pés e não com a cabeça.
Aidar fica sem Ataíde, talvez por ter levado um soco do seu vice em acalorada discussão na segunda-feira, e vai perder Juan Carlos Osorio até o fim desta tarde. Quando trouxe Osorio, o presidente do São Paulo disse que o clube estaria prestando um serviço ao futebol brasileiro.
Osorio, na verdade, usou o São Paulo para chegar ao comando da seleção do México e deixará Aidar na mão. O colombiano vai direto do Brasil para os Estados Unidos, onde neste sábado vai acompanhar ao jogo do México contra os EUA em uma seletiva para a Copa das Confederações de 2016.
Sem Osorio e Ataíde, Aidar perde força nos bastidores do clube e fica cada vez mais isolado. Tudo isso não é uma grande novidade.
Veja o que este blogueiro publicou em meados de setembro:
A crise política e administrativa no São Paulo parece não ter fim. Desde que Carlos Miguel Aidar assumiu o comando do clube não há um santo dia sem tiroteios entre dirigentes e até contra cartolas de outros clubes.
Aidar já disse que o Palmeiras se apequenou no episódio envolvendo a transferência de Alan Kardec. Comeu banana durante a coletiva quando escorraçava o presidente Paulo Nobre. Os dois cortaram relações, pelo menos para o público externo.
Em outra batalha, Aidar se expôs contra Juvenal Juvêncio. As discussões entre os dois "antigos cardeais" beirou a intriga de botequim. Ficou difícil entender quem tinha razão e quem afundou mais o clube, atolado em uma dívida colossal.
Em meio à saraivada de balas, houve atraso de salários e direitos de imagem aos principais jogadores do grupo escalado para vestir a camisa do São Paulo no Brasileirão 2015, Copa do Brasil e Paulistão. Reclamações partiram do campo e atingiram o coração do clube. O time virou uma gangorra entre resultados bons e péssimos nas competições.
Em seguida, se demorou uma eternidade para definir o sucessor de Muricy Ramalho, afastado por problemas de saúde. Quando Aidar optou por Juan Carlos Osorio se esperava paz pelo menos no âmbito esportivo. O presidente só não avisou ao treinador colombiano que precisava fazer caixa vendendo jogadores. De uma tacada, negociou 8 atletas e deixou Osorio na mão.
Enquanto isso, nos intestinos do clube, mais tiroteio com comissões em contratos de patrocinadores e fornecedores de material esportivo. Comissão que teria sido paga à namorada de Aidar, uma confusão difícil de o torcedor entender.
O São Paulo mergulhava no subterrâneo do subterrâneo.
E, mais recente, a troca de flechas entre o empresário Abilio Diniz e Aidar com a nomeação de um executivo para CEO do clube e repentina demissão do profissional. Bate-boca por meio da imprensa. Seria patético se não fosse dramático.
O São Paulo perdeu a relevância na condução do seu destino. Caiu na vala comum dos que não conseguem se reerguer em nome de um passado de glórias.