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Futebol: bastidores e opinião

Árbitros erram e o Flu entrega

O pênalti de Gil em Ronaldo na vitória do Corinthians sobre o Cruzeiro reabriu a discussão sobre a lisura do Brasileirão de 2010. Surgiram inúmeras acusações de armações e críticas pesadas sobre a arbitragem. Nada de muito novo no futebol brasileiro. Chora e bate forte quem perde. Alivia e ironiza quem ganha.

Por Luiz Prosperi
Atualização:

Engraçado nessa história é que três dirigentes envolvidos na polêmica são ou já foram amigos do rei. Andres Sanches, presidente do Corinhtians, Zezé Perrella (Cruzeiro) e Roberto Horcardes (Fluminense) desfrutaram das benesses de Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

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Andres é assim unha e carne com Teixeira. Perrella é o chefe da delegação da Seleção que enfrenta a Argentina no amistoso nesta quarta-feira em Abu Dabi. E Horcardes, até há pouco tempo, era o cardiologista do presidente da CBF. Tudo em casa.

Há alguns meses, Andres insinuou que os árbitros favoreciam o Fluminense. Perrella não abriu a boca. Depois o homem forte do Corinthians bateu na arbitragem quando anularam dois gols legítimos de Ronaldo contra o Guarani. Perrella continuou calado. Não abriu o bico.No sábado, o dirigente do Cruzeiro soltou fogo pelas ventas. Desautorizou o comandante da arbitragem e respingou suas críticas no grande chefão da CBF.

O bate-boca dos cartolas só aumenta quando seus clubes são cortados na carne. Quando é com os outros, nada a declarar. Eles deveriam aproveitar esse momento de troca de farpas e acusações para tratar de uma mazela do futebol brasileiro: arbitragem.

Não é de hoje que os apitadores maculam os campeonatos. Na maioria das vezes, por pura incompetência. Mas também para atender interesses de algo superior. Então, passou da hora de a CBF mudar tudo na arbitragem. A começar por essa prática nefasta do sorteio para escalar os juízes.

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Um campeonato do tamanho do Brasileirão não pode ficar sujeito aos erros de um árbitro. A encrenca é que a maioria dos homens do apito erra e continua falhando a cada rodada. Não há uma evolução. Passam os campeonatos, e nada muda.

Ainda restam três rodadas. Muita água vai correr por debaixo da ponte. A pressão em cima dos juízes só vai aumentar. Ainda tem o famigerado Superior Tribunal de Justiça Desportiva que pouco se manifesta ao longo da competição, mas na reta final aparece com apetite dobrado para tirar o mando de campo de clubes que ainda postulam o título, sem falar na suspensão de jogadores. Interferência direta nos jogos decisivos.

Os responsáveis pelo Brasileirão têm de entender que um campeonato limpo precisa de gente transparente e competente para tocar o barco.

Enquanto isso, o Fluminense deu um grande passo para entregar a taça ao Corinthians. O empate (1 a 1) diante do vice-lanterna Goiás afastou e muito o time de Muricy da corrida pelo título. Apesar da teoria da conspiração, o Flu ainda tem duas pedreiras pela frente contra Palmeiras e São Paulo, que têm de fazer um esforço enorme para entregar seus jogos ao time carioca. O Corinthians será o campeão brasileiro se derrotar o Vitória no próximo domingo em Salvador. É a grande decisão para Ronaldo & Cia. Se vencer, já pode levantar a taça. E o tal Sandro Meira Ricci, árbitro do jogo Corinthians 1 x 0 Cruzeiro, uma hora dessa já passa frio na geladeira.

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