Luiz Prosperi
27 Setembro 2014 | 14h45
Os árbitros brasileiros estão revoltados contra as críticas que recebem de todos os lados e ameaçam entrar em greve.
Dirigentes da estirpe de Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, já disseram que foram “assaltados” pelos apitadores. Vanderlei Luxemburgo também não se cansa de acusar o péssimo momento dos árbitros e Mano Menezes, o mais chorão de todos, também senta a pua.
Não são apenas eles. O atacante Emerson Sheik e até Richarlyson, que andava meio sumido, foram às câmeras da TV durante aos jogos para bater na arbitragem. O descontentamento é geral. Não há uma rodada sem críticas aos homens do apito.
A crise é mais séria do que se imagina e bateu na Fifa. Veja bem, na Fifa. Com um disse que me disse entre Massimo Busacca, um dos chefes da arbitragem da entidade, e os responsáveis no Brasil. Chega a ser engraçada a troca de lanças entre os dirigentes de lá e de cá do mundo.
“O Brasil tem a melhor arbitragem do mundo. Opinião minha”, diz Sérgio Correa, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, em defesa dos seus pares.
Quando Correa deu essa declaração na sexta-feira de manhã nem sonhava que ao final da tarde a tal Associação Nacional de Árbitros de Futebol colocaria no ar uma ameaça das mais graves: paralisar o Campeonato Brasileiro.
“Os árbitros estão indignados e querem parar o campeonato. O nível técnico da competição é baixíssimo e querem jogar a culpa da derrota no árbitro. Isto é um desrespeito à figura do árbitro, que tem o papel de comandar a partida”, afirma o presidente da Anaf, Marco Antônio Martins.
Questionado pelo Estadão no início da noite desta sexta-feira, Martins se acovardou. Disse que a paralisação do Brasileirão não era para já, mas se os inquisidores não forem advertidos a greve seria inevitável.
“As críticas e reclamações de jogadores, treinadores e dirigentes visam esconder a crise técnica do futebol brasileiro, transferindo a culpa do mau futebol à arbitragem”, diz uma nota no site oficial da Anaf (anaf.com.br).
Enquanto isso, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, os comandantes da CBF, não tomam um atitude para estancar a crise. Se escondem com um discurso vazio. Cavam cada vez mais o buraco onde o futebol brasileiro caiu depois dos 7 a 1 para a Alemanha.