Luiz Prosperi
23 de junho de 2015 | 12h42
CBF e Corinthians ainda não deram um passo a respeito do escândalo da arbitragem envolvendo o juiz Carlos Amarilla na Copa Libertadores de 2013. O clube, maior prejudicado por Amarilla na eliminação diante do Boca Junior, se mostrou indignado. Só isso. Evidente que o Corinthians não vai reverter o resultado, nem será recompensado com aporte financeiro pelo prejuízo que teve com a queda na Libertadores.
Paramos por aí. Se dentro de campo, o escândalo já morreu, fora das quatro linhas caberia ao Corinthians lutar pelo banimento de Amarilla e os bandeirinhas daquele jogo. O clube paulista deveria exigir uma investigação sobre o caso que, com certeza, levantaria muita sujeira no futebol sul-americano. Não seria o caso de recorrer ao deputado federal Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, um empenho nessa direção?
Se o Corinthians está inerte, o que dizer então da CBF. A entidade maior do futebol brasileiro continua calada. Aliás soa estranho, diria suspeito, o silêncio de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, não vir a público em defesa do Corinthians. Del Nero está encastelado na CBF. Nem mesmo esteve no Chile para acompanhar de perto o caso Neymar, que, nessas horas, já sonha com Ibiza – o paraíso dos boleiros em férias.
A CBF deveria agir, como se espera de uma entidade que cuida de seus filiados. Não custa alertar que os envolvidos no escândalo Amarilla estão dando as cartas nesta Copa América e vão decidir quem vai apitar Brasil e Paraguai neste sábado pela quartas de final da competição.
São eles: Carlos Alarcón, paraguaio presidente da Confederação Sul–Americana de Futebol (Conmebol), Abel Gnecco, representante da Associação de Futebol Argentino (AFA) na Comissão de Arbitragem da Conmebol, e Carlos Amarilla, árbitro paraguaio pivô do escândalo. Julio Grondona, o articulador da escalação de Amarilla para apitar Corinthians x Boca em 2013, morreu no ano passado.
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