Em vez de reclamar, mesmo com razão, os jogadores do Tricolor deveriam analisar os motivos que levaram o time a ser tão apático, tão desprovido de ideias, quase invertebrado.
Não se admite de um postulante ao título da Libertadores tamanha falta de estratégia diante de um adversário minimamente organizado na marcação e agudo na saída do jogo. O São Paulo se ofereceu às ferroadas do Corinthians e não reagiu.
Nem foi muito complicado Tite neutralizar o rival. O treinador sabia há quase um século que não poderia deixar Ganso manobrar na intermediária com passes precisos aos homens de frente. Tite bloqueou Ganso e o São Paulo minguou. Tite teve a sabedoria de explorar a lentidão, quase arrastada, da composição defensiva do Tricolor. De posse da bola, saía como um trem do metrô para cima dos bondes de Muricy.
Muricy também tinha de pagar caro ao apostar nos lentos Luis Fabiano e Alan Kardec no início do clássico. Diante de uma defesa sólida, dois postes seriam facilmente marcados. Kardec não teve por onde correr. Luis Fabiano parecia preso pelos braços por Felipe e Gil, um de cada lado. Sem ataque, não há time que funcione.
A vitória foi incontestável. O São Paulo precisa de se reinventar. E o Corinthians apenas lustrar as peças da engrenagem.