Luiz Prosperi
10 de outubro de 2015 | 15h07
Criada por causa da insatisfação de clubes contra as federações estaduais, a Liga Sul-Minas-Rio caminha a passos largos para se tornar Nacional. Adesão de clubes de outros estados cresce e o assédio a Corinthians, Palmeiras e São Paulo tem sido constante.
De olho nessa que pode ser a grande revolução do futebol brasileiro, um movimento consciente dos clubes, a TV Globo já prepara uma proposta para transmitir os jogos do torneio que a Liga Sul-Minas-Rio criou nesta sexta-feira, tão logo ganhou o aval da CBF.
A Globo teme perder a prioridade de transmitir os jogos desse novo torneio, informada que foi sobre a negociação de Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético-MG e nomeado presidente da Liga, com outras emissoras em canais abertos (Record) e fechados (ESPN, FOX e Esporte Interativo).
Para entender como funciona essa Liga-Sul-Minas-Rio e projetar sua transformação para uma Liga Nacional de Clubes, é preciso lembrar que Grêmio e Internacional aderiram de imediato à formação da nova associação, assim como os catarinense Avaí e Figueirense, os mineiros Cruzeiro e Atlético-MG e os cariocas Flamengo e Fluminense.
No dia 13 de setembro, esses clubes criaram a nova associação que, de início, se chamaria de Liga Sul-Minas-Rio e foi batizada como Primeira Liga.
A associação cresceu de uma forma rápida e inesperada e já tem 15 clubes filiados:
Sul – Grêmio e Inter
Santa Catarina – Avaí, Figueirense, Criciúma, Joinville e Chapecoense
Paraná – Atlético, Coritiba e Paraná
Minas – Cruzeiro, Atlético e América
Rio – Flamengo e Fluminense
O Goiás já pediu sua filiação e pode ser o 16.º clube da Primeira Liga.
Com esse peso todo, os dirigentes dessa nova associação de clubes pressionaram a CBF a dar o aval para a formatação de um torneio que, de certa forma, referendaria a Liga. Marco Polo Del Nero se viu obrigado a dizer sim e cedeu cinco datas do calendário nacional para a realização do campeonato de tiro curto, previsto para os primeiros meses de 2016.
Entusiasmado com o aval da CBF e a procura das emissoras pela transmissão dos jogos, Alexandre Kalil e dirigentes da Primeira Liga tentam agendar reuniões com presidentes de clubes como Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Vasco e Botafogo.
A adesão dos clubes paulistas é viável, desde que não ferisse os interesses da Federação Paulista que paga uma boa grana para ter seus clubes no Paulistão.
Tudo é uma questão de dinheiro. Quem pagar mais leva.
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