Luiz Prosperi
25 de novembro de 2010 | 21h34
O projeto do Palmeiras com Luiz Gonzaga Belluzzo era grandioso. O time teria um treinador de ponta, da elite do futebol brasileiro, jogadores acima de qualquer suspeita e um novo estádio nos padrões da Fifa. Tudo alinhavado e até encaminhado com parceiros de peso.
Vieram Luxemburgo e uma tropa de jogadores especiais contratados pela Traffic e mais o acordo fechado com a WTorre para construir a Arena Palestra. Era o Palmeiras do futuro.
A conquista do Campeonato Paulista em 2008 soou como o primeiro sinal de que o clube estava no rumo certo. De repente, caiu Luxemburgo. Dois times foram desmontados. Muricy chegou. Esteve na bica para levar o Brasileirão 2009, mas também sucumbiu. O terceiro time virou pó. Adeus, Muricy.
Agonizante, o clube foi atrás de ídolos identificados com as duas cores do Palestra para renascer mais uma vez, como se isso fosse possível. Felipão, Valdivia e Kléber, escorados por coadjuvantes sem muita expressão, seriam um alento para o segundo semestre de 2010.
Nada feito. O time patinou no Brasileirão e se agarrou na boia da famigerada Sul-Americana até naufragar em casa diante de incrédulas 35 mil testemunhas – a maioria chorou à beça no velho Pacaembu ao ver os náufragos espalhados pelo gramado.
O que acontece com o Palmeiras? Simples. Os bastidores políticos do clube, carcomidos pelo tempo, não permitem que se construam alicerces duradouros. Há uma enorme torcida para nada dar certo. Cada facção quer roer a sua fatia sem se importar com o tamanho do seu próprio rabo. A maioria não enxerga o futuro, prefere o caos.
A hora é de olhar para os escombros do velho Palestra Itália, mirar a nova arena que começa a nascer e fazer uma faxina completa na política do clube.
Na remontagem do time é preciso analisar com acuidade profissional se o jogador tem queda pelo amarelo. O Palmeiras é verde e não cabe os amarelos. E chega de a cada derrota pedir desculpas ao torcedor.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.