Gente graúda dentro do clube tem medo de expor Gabriel Jesus com receio de chamar atenção dos gigantes da Europa. Gigantes dispostos a pagar a multa contratual, cerca de R$ 30 milhões (a bagatela de 10 milhões de euros), para levar o menino embora. Uma pechincha aos europeus. Seria como tirar o pão da boca da torcida.
A encrenca é que há muito tempo o Palmeiras não tem na base uma promessa tão especial como esse garoto. Só para ter uma base do que ele é capaz, basta olhar os seus números: de 2012 a este início de 2015, Gabriel Jesus disputou 35 jogos nos times de base do Palmeiras e anotou impressionantes 97 gols - média de 2,7 gols por jogo - em competições oficiais.
"É um jogador diferenciado", diz Alexandre Mattos, diretor de futebol do Palmeiras. Se Mattos atesta que o menino é mesmo um fenômeno, então por que o garoto não joga?
Outros clubes brasileiros não têm esse pudor do Palmeiras. Neymar estreou aos 17 anos no Santos e subiu como um foguete. Continua subindo até hoje. Neymar foi lançado em uma rodada do Campeonato Paulista. Aliás, Paulista, Mineiro, Carioca e outros estaduais servem para experiências, lançar gente nova.
No caso da estreia de Gabriel Jesus, a palavra está com Oswaldo de Oliveira. É certo que a ordem final tem de vir do presidente Paulo Nobre. Há pouco mais de um mês, Nobre renovou o contrato de Gabriel até 2019. O clube tinha 80% dos direitos do garoto. Ficou apenas com 30% e deu 70% aos agentes e família do menino.
Destaque nos treinos, Gabriel Jesus tem feito uma penca de gols no meio das cobras criadas. A joia, como a torcida palmeirense gosta de chamar o jovem atacante, só quer jogar bola.