Luiz Prosperi
13 de julho de 2011 | 16h10
Os clubes brasileiros começaram a despertar. Descobriram que é possível competir no mercado internacional de jogadores. Os negócios que pingavam a conta-gotas, agora tendem a crescer. Veja, por exemplo, a engenharia financeira que o Corinthians montou para resgatar Tevez do futebol inglês.
Segundo Andres Sanches, presidente do Corinthians, os R$ 88 milhões para pagar ao Manchester City, dono dos direitos econômicos de Tevez, sairiam das cotas de televisão, leia-se TV Globo. O clube usaria 20% da sua cota anual da TV, estimada em R$ 110 milhões, para bancar a contratação em quatro anos.
Mesmo com o não do Manchester City, o negócio está de pé. É real.
A operação financeira idealizada pelo Corinthians não é muito diferente da que o São Paulo fez para trazer Luis Fabiano por cerca de R$ 18 milhões. Nem muito longe do que o Flamengo usou para garantir Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves.
O Palmeiras também usa a TV para bancar Martinuccio e Henrique, negociações que estão quase concretizadas. O Santos também recorreu ao dinheiro da televisão para resgatar Elano no início do ano.
Fora o recurso financeiro das cotas de TV, os clubes descobriram que as ações de marketing no Brasil também atingiram patamares inimagináveis há uns quatro anos.
A revolução no futebol brasileiro está apenas começando. Ainda faltam pouco mais de três anos para a Copa de 2014. Antes teremos a Copa das Confederações (2013), depois do Mundial, a Copa América (2015) e, por fim, a Olimpíada (2016). Não vai faltar dinheiro no mercado esportivo.
Quem for mais ousado vai se dar bem. A torcida agradece.
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