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Futebol: bastidores e opinião

Rogério Ceni deveria seguir exemplo de Marcos

Goleiro do São Paulo faz pressão desnecessária nos companheiros de time e não aprende a lição do ídolo do Palmeiras

Por Luiz Prosperi
Atualização:

Rogério Ceni falha, é fatalidade. Um goleiro comum erra, é irresponsabilidade. Há muita condescendência ao ídolo do São Paulo, apontado como o jogador mais importante da história do clube. Ceni tem tropeços absurdos em sua longa carreira, assim como momentos extraordinários. Sua trajetória não é muito diferente da maioria dos grandes astros do futebol, nem está cima de nenhum deles.

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Tudo isso já foi objeto de discussão, apenas não se pode esquecer que sua falha no clássico custou caro ao São Paulo. Não fosse pela falta de visão de Ceni no lance e o seu time estaria à frente do Palmeiras, dentro do G-4, e a torcida saboreando uma vingança contra o alviverde, algoz nesta temporada com duas goleadas.

O que chama atenção neste episódio é o desespero de Rogério Ceni em encerrar a carreira com um título de expressão. Direito legítimo, mas não incontestável. Ele já teria encerrado a carreira ano passado se o São Paulo não se classificasse à Libertadores. Como o time garantiu a vaga, o goleiro prorrogou seu contrato por mais seis meses (agosto de 2015).

Quando o tricolor naufragou na Libertadores, Ceni correu aos dirigentes pedindo mais seis meses de contrato, pelo menos até o fim de dezembro deste ano. Foi atendido.Com as folhinhas voando do calendário, o goleiro passou a fazer discursos inflamados nas preleções nos vestiários lembrando e cobrando seus companheiros que a Copa do Brasil é a última chance que ele tem de ser campeão antes de encerrar a carreira. E todos deveriam levar isso em consideração na hora de encarar os jogos. Pressão desnecessária e, até certo ponto, egoísta.

 Foto: Estadão

Quem sentiu essa pressão foi o zagueiro Lucão no erro fatal de Ceni no clássico. O goleiro tomou três decisões impensáveis para um jogador da sua envergadura: 1) Não cobrou o tiro de meta com um chutão - o árbitro encerraria o jogo com a bola ainda no ar. 2) Deu a bola a Lucão, jogador que estava mais longe da sua área de ação. 3) Correu, na grande área, em direção a Lucão que, diante do mito, não teria outra alternativa a devolver a bola para a reposição de pé esquerdo de Ceni.

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Deu no que deu.

Por muito menos, Marcos, ídolo do Palmeiras, pendurou as luvas quando percebeu que suas falhas e dores no corpo estavam comprometendo o seu time. Chorou no adeus e foi embora para casa.

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