Diante de um adversário arrebentado, que ainda perdeu Paulo Henrique Ganso, no intervalo, o Corinthians não se impôs. Nem mesmo abafou o inimigo tendo a seu favor uma voz de trovão de pouco mais de 32 mil torcedores. Nem mesmo a velha raça, patente do clube, Tite conseguiu despertar nos seus jogadores.
Pode se atribuir tudo isso à falta de qualidade de algumas peças do Corinthians. Mas não se tem o direito de passar uma semana livre sem sair da mesmice. É aquela história de tirar a cadeira para dançar. Roda, roda e não sai do lugar no salão vazio.
Tite fez a leitura do jogo tendo o Santos como favorito. Por isso armou uma marcação forte, como convém aos que se sentem inferiores. E torceu para Liedson, até então iluminado, resolver a parada com a sobra de uma migalha na grande área.
Muricy também não fez nada de diferente. Sabedor de que seus jogadores estavam no bagaço com a longa viagem até o México e ainda os desfalques de Arouca e Léo, o treinador do Santos foi ainda mais conservador do que costuma ser. Jogou para o gasto na tentativa de empurrar a decisão para a Vila Belmiro, no próximo domingo. Também imaginou que Neymar e Ganso, em algum momento, resolveriam a questão.
Como Ganso estava travado e bem marcado, a bola pouco chegou até Neymar. E ficou pior ainda para Muricy quando Ganso pediu a toalha minutos antes do intervalo do clássico. Sem o maestro, Neymar teria de se virar sozinho. Até porque, Zé Eduardo atuava como um poste.
Então, Neymar começou a barbarizar. Incendiou o jogo, mas não teve melhor companhia. Quando os marcadores do Corinthians conseguiram encaixotar o menino, o clássico acabou ali pelos 30 do segundo tempo. Sem força, o Santos apagou. Era o momento adequado para Tite dar o bote. Que nada!
Fortalecido pela eliminação do Palmeiras na semana passada e com a polêmica para cima do Felipão, o treinador não acendeu a luz no Pacaembu.Agora terá mais uma semana livre para repensar o seu time e armar outra estratégia para bater o inimigo na Vila Belmiro.
Enquanto isso, Muricy costura a sua colcha de retalhos, embarca para a Colômbia sem Ganso e volta na quinta-feira para pensar na decisão do Paulistão. O empate não é de ninguém. Tite não tem desculpa. Nem pode falar muito. Aliás, ele não é mesmo de falar muito.