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Dilma exalta documento e rebate críticas à Rio+20

Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo

Por João Coscelli
Atualização:
 Foto: Estadão

A presidente Dilma Rousseff rebateu as críticas que recebeu de alguns dirigentes europeus e de ONGs ao documento final acordado entre os países que participaram da Rio + 20. Para a presidente, o Brasil mostrou que é capaz de fazer uma conferência internacional deste porte e defendeu a importância de ter sido produzido um documento único, que se transformou em "plataforma comum para todos os países".

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"Isso é uma grande conquista para todos nós", declarou a presidente, que falou ainda da importância de se respeitar a diversidade e da necessidade de se conviver com a multilateralidade". Para Dilma, "países não podem ignorar que estamos vivendo no multilateralismo" e não há mais espaço para o "pensamento único".

Na entrevista, Dilma evitou ainda responder às críticas do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, que classificou inicialmente o documento final da Rio + 20 de "pouco ambicioso", mas que depois voltou atrás nas suas declarações e passou a elogiar texto. Ela também evitou polemizar com as mulheres que condenaram a omissão no documento de um texto mais agressivo defendendo os direitos das mulheres.

Após elogiar a diplomacia brasileira, a presidente afirmou que o Brasil não saiu derrotado das discussões, mas apenas mostrou a necessidade de respeitar as diferenças. "Uma das conquistas desse documento é que não se deve medir o crescimento apenas pelo PIB, mas também levando-se em conta a questão do meio ambiente e desenvolvimento sustentável e combate a pobreza", ressaltou.

A presidente reiterou que o documento é "um grande avanço", e que ele "é um ponto de partida". Segundo ela, o que agora está registrado no documento terá de ser respeitado por todos os países signatários do documento. "Minha expectativa está amplamente satisfeita. É um passo adiante", disse ela que foi "muito importante" se chegar a um documento construído a partir do consenso.

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Repetindo discurso usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma considerou importante as pressões para garantir os avanços no sentido de incluir na agenda a criação do fundo para financiamento, por exemplo, de países pobres da África. Ela lembrou que "muitos países desenvolvidos não quiseram assinar o financiamento".

Dilma avisou, no entanto, que o Brasil quer e vai trabalhar pela criação do Fundo e que não aceita ser responsabilizado, por dirigentes europeus por exemplo, que não quiseram assinar a criação do Fundo e criticaram o documento. "Todos os países envolvidos tem de ser responsabilizados. Ninguém aqui pode ficar apontando o dedo para ninguém. Isso não é uma boa prática", desabafou a presidente.

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