A diretoria, pressionada como estava, dispensou Felipão sem ter outro nome para colocar no lugar. Valdivia disse domingo que foi Felipão que decidiu abandonar o barco, dando ao presidente Arnaldo Tirone a prerrogativa de aceitar ou não seu pedido de demissão. "Não, você não sai. E se o time afundar, todos afundamos juntos", deveria ter sido a resposta de Tirone. No mínino ele deveria pedir mais uma semana para encontrar alguém. Preferiu abrir a vaga e deu no que deu: surra diante do Corinthians.
São 13 rodadas para o fim do campeonato. Para respirar fora da zona da degola, o Palmeiras precisa vencer seus próximos três jogos (contra Figueirense, Ponte Preta e São Paulo) e torcer por tropeços dos concorrentes de cima da tabela. Esse é só o começo. Depois, tem de continuar ganhando e somando pontos, coisa que não fez ainda nesse Brasileirão. Empate pode não servir mais. Vai ser dureza! Mas torcedor que se preze sempre acha que vai dar. É isso que tenho ouvido de alguns palmeirenses, poucos. O único fato gerado pela saída de Felipão é que o grupo agora se esconde atrás da contratação de um novo treinador, como se o 'Escolhido', uma espécie de salvador da pátria, fosse capaz de resolver todos os problemas no primeiro treino.
Independentemente de quem for contratado, o Palmeiras só sai desse buraco em que se meteu se os jogadores conseguirem entender que somente eles têm forças para isso. É imperativo entrar em campo é não aceitar outro resultado que não a vitória. É preciso tem disposição, garra, amor à camisa e à profissão, mas também qualidade técnica, inteligência e tranquilidade. Se os adversários já têm isso, o Palmeiras precisa ter mais. É impossível que um elenco de 26 ou 27 jogadores não tenha meia dúzia de líderes capazes de ajeitar a casa, de bater no peito e chamar a responsabilidade de uma temporada. Se não tiver, então é melhor mesmo cair para a Segundona.