Tenho comentado no Estadão Esporte Clube, programa que faço no Facebook diariamente, ao lado de Gustavo Lopes e Wilson Baldini Jr, com convidados eventuais, o barril de pólvora que se transformou o futebol. As pessoas não têm mais paciência com nada, e isso tem a ver com torcedores, gerentes e gestores, jogadores, técnicos e comissão técnica, além dos árbitros. Todos esses são personagens do nosso grandioso futebol, que deveria nos alimentar todos os dias, mas que de uns tempos para cá tem mais nos dado úlcera do que alegria. Ninguém tem mais paciência com ninguém.
A cena do técnico Oswaldo de Oliveira partindo para cima de um jornalista após classificação do Atlético-MG na Copa do Brasil talvez seja a gota d'água que faltava para concluir essa situação lamentável no futebol brasileiro. Oswaldo acusou o referido repórter da rádio Inconfidência de perguntas "mal-intencionadas" sobre o time. Bateram boca, sobrou palavrões e quase vias de fato. Precisava? Não, claro que não. De nenhuma das partes.
É preciso entender melhorar o que cada profissional faz no futebol, qual é o seu quadrado, para que um não invada a área do outro. Hoje, vejo tudo muito bagunçado nesse sentido. Aconteceu com Oswaldo, em Minas, e com o repórter Léo Gomide, mas poderia ter ocorrido em qualquer lugar, com qualquer profissional, tamanha a aflição, perseguição, bronca, incompreensão, rivalidade, amor e paixão que se vive no futebol atualmente.
A impressão que tenho é que nenhuma das partes vive em paz. Pior: as partes não conseguem se interagir mais, tampouco viverem juntas. O futebol não é isso, não pode ser isso. É preciso haver uma brecha, um lugar para que todos possam respirar sem estarem de punhos cerrados. E olha que só estamos em fevereiro.