Foi uma vergonha generalizada todo o processo do julgamento de Dudu, do Palmeiras. Além de a decisão se arrastar da final do Paulistão até a 23ª rodada do Brasileiro, o Tribunal de Justiça Desportivo decidiu pela redução da pena de 180 dias do atacante para a suspensão de seis jogos, dois deles já cumpridos, portanto, faltando quatro. Houve um acordo, seja lá o que isso significa. Essa é a informação do Palmeiras. Dudu partiu para 'as vias de fato' com o árbitro Guilherme Ceretta Lima na final do Estadual com o Santos depois de ser expulso. Deu um chega pra lá no juiz pelas costas. Além do ato em si, ressalta-se a covardia de agredir por trás.
Houve grita de todos os lados. Como um jogador podia fazer isso em campo, prejudicando seu time? O Tribunal não hesitou em aplicar ao jogador 180 dias de afastamento. Seis meses. Era uma punição exemplar. Deveria ser. O mundo está tão louco que não descarto que um dia um jogador brasileiro vai meter a mão na cara de um juiz ou mesmo de um treinador rival, ou até do seu time. Na época, o Tribunal achou a mesma coisa. A punição então era necessária, ainda mais nesse momento tão desacreditado da arbitragem nacional.
O Palmeiras não entendeu dessa forma e tratou de costurar uma liminar para que Dudu participasse das partidas, como ocorreu até o clássico com o Corinthians, domingo passado. A atitude do clube resgatava as viradas de mesa e decisões de gabinete dos anos 80 e 90 do futebol. Todo mundo fazia isso. Mas esse expediente tinha acabado. Imaginava-se. Existia um caminho da moralidade que talvez tenha começado com os pontos corridos, em 2003. Existia. A resolução do caso Dudu abre brecha para todos tentarem 'salvar' seus jogadores de agora em diante. Há outros casos, mas o de Dudu é exemplar às avessas. Duvido que nas partidas agudas deste Brasileirão, nas últimas rodadas, algum clube aceite perder jogadores importantes por punição. O efeito suspensivo vai correr solto. Todos vão querer ser Dudu.
O jogador do Palmeiras pagará sua pena de quatro jogos que faltam nas próximas rodadas do campeonato, contra Figueirense, Fluminense, Grêmio e São Paulo. E fim de papo. O futebol brasileiro não muda. Nem as pessoas que são envolvidas com ele. Uma pena.