Por isso, sua primeira providência será 'pilhar' um pouco mais o grupo, de modo a fazer com que todos joguem com sangue nos olhos. O técnico admite o favoritismo brasileiro, principalmente por estar em casa e agora afinado com a torcida, como foi nos jogos do ano passado, mas vai lembrar seus jogadores de que nada do que fizeram para trás deixará o time em boa condição no Mundial. Todos começam do zero.
É preciso ganhar os jogos e somar os pontos. Palestras serão dadas na Granja por profissionais da confiança do treinador. Ex-campeões e jogadores renomados também darão as caras em Teresópolis para motivar os meninos, contar suas histórias, dizer que é possível sim. Provavelmente a comissão técnica também já se acertou com os patrocinadores dos jogadores e até do próprio Felipão para que nenhum deles tenha de largar o futebol para se dedicar a outras atividades comerciais. Isso não vai ter.
Felipão também continuará o esquema de aproximação da seleção com o torcedor. Ele não pretende esconder o time, sair pelas portas dos fundo, evitar a torcida nas cidades e aeroportos que percorrer. A seleção será do povo como talvez nunca tenha sido antes. E os jogadores terão de fazer sua parte. Na África do Sul, a seleção fez um treino no bairro de Soweto, em Johannesburgo, num dos momentos mais marcantes daquele time de Dunga. Felipão tem cacife para decidir um evento desses durante a competição, com portões abertos. Parreira também gosta da ideia.
Ele me disse em Goiânia, antes da Copa das Confederações, que mandou liberar os portões num dos treinos do time em que havia aglomeração de gente do lado de fora, com perigo de confusão. A histeria era grande. E correu tudo bem. Deu tudo certo e o povo viu sua seleção sem sobressaltos. Isso pode ser repetido na Copa.