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Opinião|Abel Ferreira coloca diretoria do Palmeiras contra a parede e 'despreza' jogadores que tem à disposição

Após derrota para o Bragantino por 3 a 1, treinador informa que pediu reforços e não recebeu nada ainda

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Abel Ferreira sentiu o golpe provocado pela vitória do Bragantino por 3 a 1 em Bragança Paulista nesta quarta-feira. O técnico do Palmeiras tomou um caminho perigoso no futebol brasileiro, o de condenar a diretoria por falta de reforços pedidos por ele e o de não confiar nos atletas que tem no elenco. "Em março, para que fique claro para todos, entreguei um relatório para direção com tudo que era preciso. Eu precisava dos jogadores, o Palmeiras precisava de jogadores para disputar Recopa, Supercopa, a final do Paulista. Eu, neste momento, não conto com reforços. Há muito fiquei sem esperança de reforços. Os reforços que vamos ter vão chegar quando? Em agosto? Em agosto já passou e vai ser difícil. Esta é nossa equipe, este é nosso elenco, estes são nossos jogadores." Dudu só deve ser usado em julho.

 Foto: Estadão

 

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Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras

Além de tomar esse caminho, Abel Ferreira deixa a impressão de que não consegue fazer o time jogar mais do que está jogando, e a bem da verdade é que o Palmeiras não joga mais um futebol convincente, tem dificuldades para se impor diante dos rivais, perdeu, além dos títulos que disputou nesta temporada, a classificação na Copa do Brasil diante do CRB, em jogo no Allianz Parque.

O treinador convive com alguns jogadores machucados e outros em fase ruim. Tem ainda dois atletas afastados, Lucas Lima e Patrick de Paula, por quebrarem a confiança do clube em relação ao isolamento social no combate à covid-19. Há atletas nas seleções de seus respectivos países. Abel não está errado. Ocorre que ele não levou em conta a qualidade do elenco que comanda. E isso pega muito mal no vestiário. Já vi treinador ser queimado por falar muito menos.

Sua postura também vai no peito dos dirigentes do clube, não tão acostumados com esse tipo de cobrança. Os treinadores brasileiros são mais contidos e menos claros. Abel, no entanto, não mede palavras para colocar o assunto na mesa. Ele também não deve ter a exata noção de suas declarações no Brasil. Ele colocou todos contra a parede. Do presidente ao diretor de futebol.

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Em relação ao rendimento do time, Abel tem trabalhado mal. Suas formações estão esquisitas, com jogadores fora das posições, improvisados. O mesmo ocorre para as alterações durante as partidas. A única movimentação mais aprovada foi escalar Veiga e Scarpa no meio de campo, na criação das jogadas. O Palmeiras chega bastante ao gol rival. A defesa marca mal, Felipe Melo não suporta mais os 90 minutos em alto nível, Luiz Adriano passa a impressão de 'não estar mais a fim' e Roni nunca foi um craque, apesar da sua boa vontade e gols importantes na Libertadores da América.

Para um time que entrou em 2021 credenciado para ganhar tudo, o Palmeiras de Abel Ferreira deixa muito a desejar. O time está apenas no Brasileirão e na Libertadores. Diretores e jogadores terão de assimilar o golpe do treinador. Ou não.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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