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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Copa do Brasil tem 27 jogos entre os dias 16, 17 e 18 de março em um País jogado na lona pela covid-19

O futebol para em alguns Estados, mas não vai parar no Brasil, de modo que pessoas continuarão circulando por aí

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Atualização:

Alguns Estados pararam o futebol, como São Paulo, entre os dias 15 e 30 de março. Em Brasília, o Estadual está sendo disputado em Minas. Há outros regionais desfigurados, em compasso de espera por causa do avanço da covid-19. A verdade é que o Brasil está na lona diante da doença, e não por causa do futebol, que isso fique bem claro, mas não há como manter uma atividade não essencial nos Estados brasileiros nesse momento. Cinema, teatro, futebol, missa, outros torneios esportivos... tudo está sendo feito para tirar as pessoas de circulação.

 

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Foto: Estadão

É a tranca. Ocorre que a Copa do Brasil, uma das competições mais importantes do calendário nacional, e também de maior premiação, tem na semana que vai começar 27 partidas pelo País, quase todo ele pintado de vermelho por causa do avanço da pandemia e da falta de hospitais com vagas de UTI. Haverá, portanto, 27 equipes na condição de visitante. Ou seja, jogando fora de sua base. Isto implica em circulação pelo País.

Então, parece enganoso acreditar que o futebol vai parar. Não vai. Nem mesmo o Paulistão. Ele pode não ser jogado no Estado de São Paulo, mas há a possibilidade de suas partidas acontecerem em Minas, por exemplo. Isso só comprova que o Brasil é um país sem união nem no futebol, o que dirá no combate à covid-19. Cada um por si.

Não se para o futebol apenas por parar. Há um motivo nisso, mesmo que tardio, como na decisão de fazer todas as outras paralisações. O motivo é evitar a circulação de pessoas. Há clubes que se preparam para jogar em outros Estados, no entanto. Elencos inteiros de malas prontas. Em avião, hotel, saguão de aeroporto e tudo o que contradiz a paralisação neste momento. Há uma falta de entendimento.

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Não se está parando o futebol dentro de campo, embora esse seja o resultado da tranca. Até porque no gramado, segundo a CBF e especialistas, tudo correu da melhor forma, com muitos testes e poucos resultados positivos. A CBF garante que ninguém se contaminou em campo. O que se está pedindo é de um tempo para tentar frear o avanço da doença. Cerca de 5% dos contaminados diariamente (80 mil pessoas)  precisam procurar os hospitais (4 mil), de acordo com especialistas. Não há vagas para todos. Se as pessoas estiverem em casa, quietinhas, estarão mais seguras. É isso. O futebol precisa participar, dar um recado. É isso que se esperava das pessoas que comandam a modalidade no Brasil.

Quando não atendem essas expectativas, jogam contra o próprio futebol. Portanto, cometem um grande erro.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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