Depois de conseguir se sustentar na Série B do Campeonato Brasileiro com a vitória diante do Brusque por 2 a 0, o Cruzeiro vai para a sua terceira temporada fora dos holofotes do futebol nacional. Perde dinheiro e prestígio com isso, mas dá um exemplo gigantesco para seus pares de como não se deve gerir um clube de futebol.
Dentro e fora de campo, o gigante de Minas Gerais paga por seus pecados, por administrar mal todos os setores da instituição, por escolher colaboradores ruins, por gastar mais do que arrecada e por formar equipes fracas e insistir nas trocas de treinadores. É um modelo falido. Olhem para o Cruzeiro e não façam da mesma forma.
Agora, longe de ser rebaixado para a Série C, o que pode ser considerado uma vitória para o clube, há de se planejar 2022, mas não como foi neste ano ou em temporadas anteriores. O time mineiro precisa ter um projeto mais sustentável para voltar à elite do futebol em 2023, se recuperar financeiramente e não errar mais. Precisa tirar lições dessa fase terrível.
Começa por definir a permanência do treinador. Luxemburgo está no cargo, diz que quer ficar, mas não se sabe se a diretoria vai renovar com ele. O técnico fez uma exigência: que o clube pague os atrasados para colaboradores e atletas. Não há dinheiro fácil. O elenco fez greve neste ano por causa disso. Não há como essas coisas não atingir o futebol. Atrapalha. Essas arestas precisam ser aparadas.
É preciso recomeçar mais fortalecido, com melhores jogadores e jogadores com cara de Série B. Reformular o elenco vai ser necessário. Conseguir sustentação financeira no mercado também. O Cruzeiro está cheio de boas intenções, mas não consegue acertar. Atualmente, seu maior patrimônio é a torcida. Se ela continuar amarrada com o time na próxima temporada e a equipe começar forte na Série B desde o começo, há chances mais concretas de subir. Novamente haverá rivais mais fortes e mais bem estruturados. E ainda há a chegada de quatro clubes que vão descer da primeira divisão, um deles pode ser o Grêmio.