Tiago Nunes não desaprendeu nem mudou suas concepções sobre futebol. Ocorre que todo treinador que pisa no Corinthians já desce do avião pressionado em ganhar. Assim ele se encontra desde que assumiu o posto. Precisa somar pontos, sem pensar em empatar, jogar para fazer resultado. Ser efetivo como foi diante do Palmeiras na retomada do Paulistão. Dá certo. Tem dado certo. Mas isso também faz com que o time não seja construído sobre um alicerce firme, entrosado, sólido, desses que a gente vê em alguns times da Europa. Não precisa ter tantos craques.
Exemplo disso é o Bragantino. Basta ver o time de Bragança Paulista jogar para saber que ele é bem treinador, que seus jogadores sabem ocupar os espaços, cadenciar os jogos. Futebol por futebol, sou mais Bragantino nesta decisão das quartas de final em jogo único no Morumbi.
Tiago Nunes precisa se livrar desta necessidade corintiana de ganhar antes de formar uma equipe competitiva. Não deve colocar o carro na frente dos bois. Talvez não seja hora disso agora, em partidas de 90 minutos que valem classificação e proximidade de mais um título. Ser eficiência nesse momento é fundamental. Ocorre que o treinador foi contratado para dar mais holofotes ao jogo do Corinthians, que vivia numa penumbra. Passado o Paulistão, tem de arregaçar as mangas e mudar tudo. Ou quase tudo.
Contra o Bragantino, no entanto, não vejo outro caminho a não ser tentar jogar melhor do que o rival para ganhar. Essa é a máxima do futebol. Tem mais chances de ganhar uma partida quem jogar melhor. Nem sempre é assim. Mas ainda é. O resto é papo furado. Jô vai para o jogo. Vai atuar bons 45 minutos. Depois, não se sabe. Fagner tem de aparecer mais. É dele que se espere boas saídas de bola pela direita. Luan deveria ser o craque, Ainda não é. Tem de vibrar mais, sentir o jogo, sentir a camisa do Corinthians. É difícil sentir isso sem público. Mas é a condição atual. Luan tem de armar e chegar mais perto do gol. Precisa ter vontade de entrar na área.
Repito. Só bom futebol pode salvar o Corinthians contra o Bragantino. Impossível? Claro que não.