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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|É preciso mudar a forma de tratar os torcedores organizados

Chega de blablablá com as torcidas organizadas. É preciso levar esses briguentos para a cadeia. Simples assim

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Atualização:

Torcedores do Palmeiras antes do jogo com o Corinthians Foto: Estadão

Palmeiras e Corinthians foi apenas o primeiro clássico de muitos que virão nesta temporada em que a sociedade vai discutir segurança e lamentar seus mortos. Essa rotina parece ter encorporado ao dia a dia do torcedor. Não pode. Prender e soltar não adianta. Pagar multa, menos ainda. Organizar jogos sem torcida ou com torcida única já se provou ineficiente e, pior, pune o futebol e não os arruaceiros.

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O mesmo se diz das outras tentativas em vão para solucionar o problema. Todos esses 'organizados' chegam aos estádios de bando, o que faz o grupo ganhar coragem e valentia para brigar. Sozinhos, como sabemos, não são de nada. No caso do Palmeiras esta situação é mais problemática porque a Mancha está na rua do Allianz Parque, quase dentro do estádio. E esses caras se reúnem na sede desde as primeiras horas do dia. Começam a beber cedo e aí a coragem aumenta. Aumenta a cada gole, porque custo a acreditar que um homem normal teria coragem para enfrentar um policial. Vão para cima da PM como se fosse comum enfrentar policiais do Choque.

Então, nada do que tentamos, e a imprensa sempre divulgou tudo na esperança de esclarecer os fatos, deu certo. Daí a necessidade de se pensar em algo novo, diferente, mais eficaz. Identificar e prender é o caminho. Recorro aqui aos 12 de Oruro. Todos aqueles corintianos foram reconhecidos e detidos na Bolívia, e permaneceram presos por algum tempo. É preciso fazer isso. Identificar e prender. Ou a lei é branda demais para manter esses briguentos presos? Então, que se pensem em leis mais duras para o futebol, com penas mínimas de um ano. Que tal? Um ano preso por ter brigado nos estádios.

Que o governo construa um cadeião só para esses baderneiros ou que abra um espaço para esse tipo de gente nos presídios existentes, como eles fazem para garantir seus postos nas arquibancadas. E que fiquem mofando lá por 12 longos meses. Pensando na vida. Conversar, fazer reuniões, acreditar em cadastro de torcedores, isso já não dá mais. Mas é preciso ter vontade política para isso. É preciso vir ordem de cima, da secretaria da segurança pública, do governador,em fim, de quem tem condições de sustentar a decisão.

Outra medida cabível é minar essas instituições financeiramente, como fizeram com Al Capone. Duvido que em suas sedes não haja irregularidades. É só dar uma batida e pedir nota de tudo, como numa dessas operações bem-sucedidas da Polícia Federal que vêm abalando o Brasil. Sem dinheiro, sem ação. O que se faz hoje é mais do mesmo. Blablablá sem resultado efetivo.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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