E esse teste de paciência vai durar até o último dia de venda. A maioria, essa é a verdade, não vai conseguir as entradas. Paciência. O torcedor já sabia disso desde que o Brasil foi escolhido para a sediar o evento. Com os novos estádios recebendo, em média, 50 mil pessoas por partida, já era óbvio que muita gente ficaria para fora. Essa discussão não passa sequer pelo poder aquisitivo dos brasileiros.
Lamentamos que seja assim. Na Copa do Mundo de 1950, os públicos dos jogos eram pequenos. O futebol também não tinha esse interesse que tem hoje em todas as classes sociais de todos os países. Tanto era assim, que a CBD (antiga CBF) pediu para que as cidades-sedes assumissem o valor da renda que poderia faltar com a venda dos ingressos. Foram 22 jogos naquela competição, com 88 gols e público total de 1.045.246, média de 47.511 espectadores por jogo. Pode parecer muito, mas eram apenas 22 jogos, e em estádios como o Maracanã, um gigante para 200 mil pessoas.
Isso mudou, claro. Hoje, qualquer partida de Copa do Mundo lota estádio. Das seleções principais de um torneio mundial, como Brasil, Itália, Holanda, Inglaterra, os ingressos são vendidos rapidinho. O Brasil, como todo país faz, terá opções fora do estádio, como as praças públicas, fanfests, bares e tudo o mais que surgir até o jogo de abertura, com a seleção de Felipão em campo. Lembro-me de ter lido que os japoneses, se fossem escolhidos para sedir a Copa, prometiam desenvolver uma técnica virtual para levar os lances de um jogo para outro estádio. Os torcedores ganhariam o segundo estádio para ver uma partida virtual, coisa de Steven Spielberg. Mas era essa a promnessa. O Brasil não terá isso e o torcedor terá de se contentar em ver as partidas do Brasil, por exemplo, pela televisão. Rádios, portais, midias sociais e outras ferramentas de comunicação serão fundamentais para informar o torcedor, mas nenhuma delas tira a graça de ver um jogo do estádio.