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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Felipe Melo resgata o carrinho no Palmeiras e no futebol brasileiro

Volante é eficiente nesse tipo de jogada, mas coloca seus colegas de profissão em risco. E deixa o futebol mais feio

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Não vou me espantar se daqui a alguns meses o carrinho reaparecer no futebol brasileiro. Se isso acontecer, Felipe Melo terá de levar os louros da façanha. O volante do Palmeiras se vale de um fundamento que havia sido 'banido' do futebol por essas bandas, mas ele insiste em jogar sentado. O volante do Palmeiras sabe dar carrinhos. Isso é inegável. Na maioria das vezes, ganha a bola, em muitas também se vale do uso excessivo do seu vigor físico. Não vou entrar aqui no mérito de as jogadas serem feitas com ou sem maldade. O que vejo em Felipe Melo é sua disposição para dar esses carrinhos. Ele gosta. E todos nós, acima dos 40 anos, sabemos que esses carrinhos podem ser violentos, atingem bola e rival, bola e canela, vai levanto tudo o que estiver no caminho, feito um limpa-trilhos.

FOTO ALEX SILVA/ESTADÂO Foto: Estadão

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A jogada, quando condenada lá atrás, obrigou os jogadores de marcação a atuarem de pé, com mais inteligência e elegância, até porque a juizada foi orientada a penalizar com cartões o atleta que apelasse para tal expediente. Melhorou bastante. Ocorre que Felipe Melo, em sua volta ao Brasil, trouxe na bagagem esse estilo de atuar, com certa eficiência, repito. Sou contra. Prefiro sempre um jogador mais elegante. É inegável que o volante já caiu nas graças da torcida do Palmeiras, dos companheiros de elenco e do próprio técnico Eduardo Baptista, que acha o máximo esse tipo de jogada, sempre com o argumento de que Melo não é maldoso e vai na bola, até o dia em que machucar um colega de profissão seriamente. Há sim o risco de isso acontecer.

Pior ainda: percebo alguns outros jogadores de mesma função, de times do Campeonato Paulista, valendo-se da jogada, de modo a tentar ser tão eficiente quanto Felipe Melo. Se a moda voltar, coitado dos meias e atacantes. Eles vão precisar de caneleiras mais grossas, quase uma armadura. Se acontecer, vamos descer um degrau na história moderna do futebol brasileiro.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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