O futebol paulista está fechado na luta contra a pandemia do novo coronavírus, e não pretende abrir brechas para uma possível volta antes do tempo. Entenda-se quando a doença ainda estiver em sua curva de crescimento. Essa é a opinião dos quatro grandes do Estado: São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians. São esses que dão o tom a quase tudo o que acontece no futebol paulista. E eles não querem voltar, diferentemente do que fazem alguns outros clubes do Brasil, como Flamengo e Vasco, por exemplo. A CBF continua trabalhando no bastidores para a retomada. O presidente da República, Jair Bolsonaro, trabalha para que algumas atividades na sociedade sejam retomadas, entre elas o futebol. Há muito interesse na volta, seguindo o que ocorre nesse momento na Europa - somente a Alemanha voltou.
Em São Paulo, os quatro grandes se unem para dar mais segurança aos envolvidos. Os jogadores treinam em casa, cada um na sua, até que tudo seja retomado com cautela. Os presidentes dos clubes entendem que não há necessidade de se expor nesse momento. E que é preciso esperar um pouco mais. Para quem já esperou por mais de 60 dias, quase 70, vale a pena se resguardar. Há viagens, treinos, aglomeração... tudo isso pode esperar, mesmo com todas as determinações de saúde que eles deverão tomar.
O problema então é financeiro. A falta de dinheiro atrapalha muito. Ocorre que o futebol movimenta muito dinheiro e os clubes e os jogadores ficam com boa parte desse dinheiro. Pelo menos é assim nos times grandes. Então é preciso ajeitar um caminho para as equipes menores do Estado. Nesse ponto, pode acontecer o que nunca houve no futebol paulista: união. Os 16 da Série A devem se ajudar, financeiramente inclusive. A Federação Paulista tem de intervir para manter a ordem. Tirar dinheiro do bolso. Seu presidente pode sair fortalecido dessa. Mas esse não dever ser o ponto.
O ponto é não avançar sinal. O ponto é respeitar os profissionais. O ponto é se manter organizado. O ponto é não expor o futebol quando ele não está pronto para retornar.