A invasão de torcedores ao treino do Figueirense é mais um capítulo da falência do futebol brasileiro, de suas instituições e de todos os profissionais envolvidos com a modalidade. Não é a primeira vez nem será a última a não ser que alguma coisa seja feita de verdade. As discussões são necessárias, assim como as ações mais duras. Enquanto nossas autoridades não tomarem caminhos diferentes, nada vai mudar e uma catástrofe maior se avizinha.
A CBF e suas afiliadas pelo Brasil têm de tomar frente nisso, criar mecanismos para impedir ou inibir que isso aconteça, mesmo que para isso tenha de cortar da própria carne. Sou favorável à punição do clube, que nesta história, entra de vítima. Paciência. O Figueirense deveria ser excluído da Série B por 1 ano. Assim, seus torcedores não teriam mais para quem torcer pelo mesmo período. Os jogadores seriam reencaixados em outras equipes da mesma divisão e a CBF assumiria o pagamento de salário de cada um deles. O mesmo talvez pudesse acontecer para os outros profissionais do elenco. Seria uma regra. Um ajudando o outro para dar recado aos briguentos e valentes.
Isso valeria para o Figueirense, mas também para todos os times da Série A, e de todas as divisões. Com o tempo, esses caras aprenderiam. Não sou da punição. Prefiro a conversa e o ensinamento, mas faz 30 anos que esses torcedores só pensam em pressionar na porrada quando o time não vai bem. Não sabem esperar. Não sabem conversar. Não sabem entender. É bem verdade que nenhum time, ou poucos, tentou chamar esses organizados para dentro do clube. As tentativas nesse sentido foram frustradas e deram em nada.
Punir é o único caminho. Desculpe. Não vejo outro. Mas nem CBF nem polícia nem federações nem ninguém tem coragem para isso, de modo a empurrar para debaixo do tapete todos esses episódios reprováveis, torcendo para que o tempo feche todas as feridas. É assim há décadas. Não dá mais.