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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Lições de uma vitória suada e necessária do Brasil contra a Costa Rica na Copa

Brasil melhora, cria mais e faz torcida sofrer com gols nos acréscimos apenas. Time tem quatro pontos agora

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Atualização:

Tite tem muito trabalho para fazer na Rússia, e pouco tempo para isso. Contra a Costa Rica, depois de 90 minutos martelando o rival e tentando de todas as formas ao menos um golzinho, consegui a vitória nos acréscimos graças a um biquinho de Phillipe Coutinho. Teve outro gol depois de Neymar, quando a Costa Rica estava desmontada. O Brasil foi melhor do que a primeira partida contra a Suíça, e o adversário também era mais fraco. Mas o jogo não pode ser resumido nesses 2 a 0. Neymar foi melhor, mas ainda joga pressionado. Só ele saberá explicar o que foi aquele choro sentado no meio do campo após o jogo. Lágrimas de quê? De felicidade pela vitória e pelo gol? Pela melhora do Brasil na chave? Por estar em uma segunda Copa? Por emoção? Pelo alívio da tensão? Por que ele tem esse direito depois de tudo o que aconteceu em sua carreira nos últimos três meses? Ou por que ele simplesmente é humano?

FOTO: NEYMAR E P. COUTINHO COMEMORAM GOL - EDUARDO NICOLAU/ESTADÃO Foto: Estadão

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Só ele dará luz à isso. Uma coisa é certa: não é o mesmo choro de Thiago Silva de 2014. Primeiramente porque Neymar não é disso. Ele trabalha desde os 14 anos com pressão, nem sempre a mesma, mas com vários tipos de pressão. Foi forjado para ser grande. Ainda tem um caminho para percorrer na seleção, mas nos clubes, já é esse gigante. Era no Santos. Era no Barcelona. É no Paris Sainte-Germain. O choro tem um sentido. Particular. De direito até. E isso não vai ter consequências negativas. O Brasil ficará mais leve.

Mas não acabou. Tite tem de lapidar a finalização do time. Encorajar mais Paulinho. Falar com Willian. Dar tranquilidade a Jesus. O time ainda não mostrou tudo o que sabe nem pode. Estou certo disso. O brasileiro está certo disso. Se alguém tinha dúvidas se a Copa pegou no Brasil, não tem mais. O futebol que esperamos da seleção ainda não apareceu. Vai aparecer? Acredito que sim. Já foi melhor, com mais repertório ofensivo, com mais jogadas pela direita, com mais chutes a gol. com mais vontade até.

A bem da verdade, a bola demorou para entrar. Só isso. Mas o Brasil teve oportunidades. Teve bola na trave e bons arremates. Sabíamos que quando a bola entrasse, a primeira, seria tudo diferente, como foi, de fato, já nos acréscimos. Sofrer faz parte inclusive do discurso dos próprios jogadores. É Copa do Mundo!!!

NA BRONCA Neymar tem de falar menos em campo. Foi duramente repreendido pelo juiz, com gestos que todos entenderam no estádio. E ele não precisava fazer suas firulas depois do primeiro gol do Brasil. Não precisava.

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VAR O juiz tomou a decisão certa de ter anulado o pênalti. Não foi mesmo. Agora, o que fica é a dúvida se o árbitro da outra partida não poderia ter olhado o monitor também, nos lances de Miranda e Jesus, embora defenda que não houve nada naquelas jogadas. Poderia ter olhado. Seria mais justo, só para usar uma expressão da moda na arbitragem da Copa do Mundo.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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