O agitado Luxemburgo daria um choque de realidade e pegada para esse Palmeiras. Seus gritos seriam ouvidos do outro lado da Marquês de São Vicente ou atravessaria as paredes de concreto que separam o CT do Palmeiras do São Paulo. Seu trabalho não seria fácil, afinal, endireitar pau torto é desafio dos mais duros para um treinador. No Palmeiras há muitos pernas de pau. Mas Luxemburgo tem pulso, sabe o que faz, enxerga longe, anteve situações, mesmo enferrujado pelos meses sem trabalho e vendo futebol da poltrona de sua casa.
O Palmeiras também importante para resgatar Luxemburgo desse ostracismo e dessa condição longe do futebol em que se encontra. Poderia dar alegria a ele e fazê-lo reviver o passado. Entendo que o treinador estava cansado de seu dia a dia e de diretorias retrógradas dos clubes e já não tinha mais a paciência para ensinar, testar e treinar como antes. Havia outras coisas mais interessantes para se fazer na vida. Luxemburgo não desaprendeu, apenas não se via mais numa função que tende a permanecer arcáica para sempre. No Brasil, não há técnicos modernos nem espaço para se fazer dos técnicos profissionais modernos.
O tempo parado em casa talgfvez tenha despertado em Luxemburgo novos desafios. A boa cabeça de Paulo Nobre poderia dar a ele condições de ser o que sempre quis dentro do futebol. As partes estão conversando, já se falaram e agora tentam desenhar uma forma de parceria. Dinheiro não pode ser tudo nessa nova empreitada tanto para o Palmeiras quanto para Luxemburgo. É preciso traçar um caminho e acreditar nele, dar condições para que todos trilhem nele, com a única condição do imediatismo.
Mas essa condição Luxemburgo não teme.